Preso nesta quarta-feira, 15, na 12ª fase da Operação Lava Jato, João Vaccari Neto pediu afastamento do cargo de tesoureiro do PT.
O PT informou, ainda nesta quarta-feira, por meio de nota (leia a íntegra abaixo) que o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, solicitou afastamento da Secretaria Nacional de Finanças da legenda.
A nota, assinada pelo presidente do PT, Rui Falcão, informa que Vaccari pediu afastamento por questões "práticas e legais" e manifesta "solidariedade" ao tesoureiro, preso sob suspeita de receber propina em esquema de corrupção na Petrobras. Vaccari sempre negou as acusações.
De acordo com assessoria de imprensa do PT, as razões "práticas" para o afastamento são a impossibilidade de Vaccari exercer suas tarefas na Secretaria de Finanças do partido do partido enquanto está preso.
Em nota, o partido confirma o pedido de afastamento e expressa apoio a Vaccari, acusado de lavagem de dinheiro. O texto é assinado por Rui Falcão, presidente nacional do PT.
Confira a íntegra da nota:
"O Partido dos Trabalhadores manifesta-se a respeito da desnecessária detenção, na data de hoje (15 de abril), do Secretário de Finanças e Planejamento, João Vaccari Neto, nos seguintes termos:
1 – A detenção de João Vaccari Neto é injustificada visto que, desde o início das investigações, ele sempre se colocou à disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimento que lhe fosse solicitado. Convocado, prestou depoimento na Delegacia da Polícia Federal de São Paulo, em 5 de fevereiro desse ano. Além disso, na CPI da Petrobras, respondeu a todas as questões formuladas pelos parlamentares.
2 - Reafirmamos nossa confiança na inocência de João Vaccari Neto, não só pela sua conduta à frente da Secretaria Nacional de Finanças e Planejamento, mas também porque, sob a égide do Estado Democrático de Direito, prevalece o princípio fundamental de que todos são inocentes até prova em contrário.
3 – Os advogados que cuidam da defesa de João Vaccari Neto estão apresentando um pedido de habeas corpus para que sua liberdade ocorra no prazo mais curto possível.
4 – Informamos ainda que, por questões de ordem práticas e legais, João Vaccari Neto solicitou seu afastamento da Secretaria de Finanças e Planejamento do PT.
5 – O Partido dos Trabalhadores expressa sua solidariedade a João Vaccari Neto e sua família, confiando que a verdade prevalecerá no final.
Rui Falcão
Presidente Nacional do PT"
Depoimentos
Os três ex-deputados federais André Vargas, Luiz Argôlo (SDD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE) começam a ser ouvidos pela Polícia Federal (PF) a partir desta quinta-feira, 16. Eles foram presos durante a 11ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada na sexta-feira, 10.
O delegado Igor Romário de Paula confirmou que dará prioridade a isso e que na sequência irá ouvir o tesoureiro afastado do Partido dos Trabalhadores (PT) João Vaccari Neto, preso nesta quarta-feira, 15. O delegado não detalhou sobre a ordem dos depoimentos dos ex-deputados.
Esta fase da operação, batizada de "A Origem", cumpriu 32 mandados judiciais e prendeu sete pessoas. Conforme as investigações, existem indícios de irregularidades em contratos publicitários da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Ministério da Saúde.
Na terça-feira, 14, a Justiça Federal determinou que três dos sete presos fossem soltos. Os suspeitos foram detidos em regime temporário e tiveram o prazo vencido.
São eles: Ivan Vernon Gomes Torres Júnior, ex-funcionário do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), Elia Santos da Hora, secretária do ex-deputado federal Luiz Argôlo, e também de Leon Vargas, irmão do ex-deputado federal André Vargas.