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ESTADO
Por Valéria Lima
14/05/2016 07:44
Atualizado
12/12/2018 12:37

RN ainda não usa nem um terço do seu potencial eólico, afirma especialista

Estado deve seguir líder na geração desse tipo de energia pelos próximos anos, destaca Jean-Paul Prates
CERNE-RN

Bons ventos sopram para o Rio Grande do Norte quando se fala em produção de energia eólica. Atualmente, o estado é líder nacional no setor e deve continuar nesse patamar pelo menos pelos próximos dois ou três anos.

O RN já é referência para outros estados mesmo sem usar todo o seu potencial. É o que aponta o presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE), e especialista na área de petróleo, Jean-Paul Prates.

“Mesmo com a Bahia tendo recentemente conseguido colocar mais projetos nos leilões do que nós, somos referência para outros estados que estão consolidando seus respectivos setores eólicos, e temos ainda muito potencial a explorar. O RN não aproveita sequer um terço do seu potencial total em eólicas, e ainda tem a solar vindo por aí”, informou Prates ao Jornal Mossoró Hoje.

De acordo com Jean-Paul, o Rio Grande do Norte é um dos estados mais favoráveis para se investir em energia eólica. Setor promissor para a economia potiguar, atualmente o RN possui 97 parques eólicos em operação, 29 estão em construção e 56 têm capacidade contratada, mas ainda não foram iniciados. Ou seja, 29% do total de parques eólicos no país estão localizados em solos potiguares. Prates explica porque investir aqui é tão rentável.

“Em primeiro lugar, porque estamos na ‘bacia de ventos’ mais rentável e prolífica do Brasil. Temos mantido um certo dever de casa em dia, dando tratamento prioritário e atendimento adequado às demandas locais dos empreendedores. Tanto do ponto de vista governamental quanto do ponto de vista das entidades setoriais e industriais, centros de excelência e capacitação, bem como do mercado fornecedor local, o RN soube consolidar um ambiente favorável ao investimento e às operações em energia eólica”, declarou.

(Reprodução: Cerne-RN)

Nesse contexto, o estado recebeu nos dias 18 e 19, o Fórum Nacional Eólico (Carta dos Ventos) e o Solarinvest.

Durante a solenidade o governador Robinson Faria (PSD) destacou o pioneirismo do estado no ramo e lembrou que a fonte eólica deve criar até 2019 cerca de 35 mil novos empregos. Só em 2016, a estimativa é que sejam gerados 10 mil empregos, entre direitos e indiretos.

Atualmente, os municípios de Parazinho e João Câmara são os que possuem a maior capacidade de potência instalada do país. Com 604 MW e 574.16 MW, respectivamente, os municípios geram mais de 1.000 MW de energia elétrica. João Câmara é o que possui o maior número de parques do país, 22 no total. Em segundo está Parazinho, com 21 parques instalados.  

De acordo com o diretor Setorial de Energia Eólica do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE), Luiz Galdino, o investimento para cada parque eólico é em torno de R$ 6.000.000,00/MW.

Jean-Paul Prates esclarece que apesar da boa potência produzida pelo Estado, a falta de um porto para transporte do material é um empecilho que precisa ser vencido. “Somente com isso conseguiremos atrair novas indústrias - não só de equipamentos para eólicas como de todo gênero. Ninguém vai investir em fábricas aqui apenas para atender o mercado local. Sempre perderemos para Recife e Fortaleza em função de terem portos capazes de receber componentes e exportar produção final”, diz.

Uma das saídas estudadas pelo CERNE para resolução do problema é a expansão do porto de Natal.

“Apresentamos uma proposta no início do ano passado ao Governador Robinson, a respeito. A Cia Docas do RN (CODERN) também apresentou proposta semelhante há tempos. Na nossa, incorporamos um conceito de integração com a cidade (através de um parque ecológico) e com o Aeroporto (através de um Inter-porto com ZPE a meio caminho), o que faria do nosso novo porto o único do Nordeste a ter esta concepção”, revelou.

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