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NACIONAL
Da redação / Valor / UOL
17/05/2016 07:20
Atualizado
12/12/2018 08:23

Ilan Goldfajn, sócio do Banco Itaú, é o novo presidente do Banco Central

O economista já exerceu o cargo de diretor de Política Econômica do BC entre 2000 e 2003, quando trabalhou com Armínio Fraga e, depois, com o próprio Meirelles. Em 2009 assumiu o Itaú Unibanco.
Pedro Ladeira / Folhapress

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou em entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (17) o nome do novo presidente do Banco Central. Ilan Goldfajn, economista-chefe e um dos sócios do Itaú Unibanco, vai substituir Alexandre Tombini. O mercado já esperava essa confirmação por parte no governo.

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Meirelles lembrou que Ilan já foi diretor de política econômica do BC de 2000 a 2003 e que trabalharam juntos. Goldfajn é economista, com mestrado pela PUC e doutorado pelo MTI. O novo comandante do BC tem uma série extensa de atividades e artigos publicados. Ele é também diretor do centro de debates de políticas públicas em São Paulo.

Antes de assumir, Goldfajn precisa passar por uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, atualmente presidida pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). A indicação precisa ser aprovada pelo Senado. Até lá, Tombini, que elogiou a indicação, permanece no BC.

Enquanto Goldfajn não for sabatinado e aprovado pelo Senado, Alexandre Tombini segue como presidente do BC. Aliás, como acrescentou Meirelles, Tombini continuará integrando a alta cúpula da administração federal. "Não temos ainda como anunciar qual é a posição em função de situação institucional adversa. Mas continuaremos com o concurso de Tombini,

Meirelles também anunciou os outros nomes que comporão a nova equipe econômica do presidente interino Michel Temer. As indicações para presidir bancos públicos serão anunciadas nos próximos dias. Segundo anunciou o ministro, o economista Mansueto Almeida vai para Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), e Carlos Hamilton Araújo na Secretaria de Política Econômica da Fazenda.

O ministro da Fazenda lembrou que, na segunda-feira, esteve reunido com o presidente interino, Michel Temer, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, mais as centrais sindicais para tratar do assunto. “Nós não temos uma proposta pronta e não vamos fazer nada precipitado”, disse Meirelles, para quem o prazo de 30 dias é adequado.

Goldfajn já foi diretor do BC
O economista já exerceu o cargo de diretor de Política Econômica do BC entre 2000 e 2003, quando trabalhou com Armínio Fraga e, depois, com o próprio Meirelles.

Após sair do BC, foi sócio da Gávea Investimentos. Depois, tornou-se sócio-fundador e gestor da Ciano Investimentos, ajudando a fundar a Ciano Consultoria. Saiu em 2009 para assumir o posto de economista-chefe do Itaú Unibanco.

Aposta é de queda nos juros
O economista, bastante reservado sobre sua vida pessoal, mas até informal com quem trabalha, é muito exigente e atento aos detalhes em relação à qualidade do trabalho, demandando horas a mais de dedicação dos que o cercam até que o resultado esteja a contento.

Ele assume com as apostas crescentes de que o banco começará a cortar a taxa de juros em breve. Suas avaliações mais recentes como economista-chefe do Itaú apontam para essa direção. A taxa básica de juros está em 14,25% ao ano desde julho passado.

Goldfajn vinha destacando que a recessão e a queda do dólar desde o início do ano contribuem para a gradual redução das expectativas de inflação neste ano. A queda da inflação abriria espaço para o corte de juros no "segundo semestre, a partir de julho".

Em recente relatório do Itaú, Goldfajn melhorou suas projeções para a economia do país em 2017 de crescimento de 0,3% para 1%.

Carreira acadêmica
Goldfajn também se destaca pela sua vida acadêmica, que lhe rendeu pelo menos um amigo ilustre. O vice-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Stanley Fischer, foi um dos orientadores da sua pós-graduação no MIT (Massachusetts Institute of Technology). Os dois continuam amigos e ainda se falam com alguma frequência.

"O lado acadêmico dele é muito evidente, o que é uma qualidade", afirmou o economista de um banco, sob condição de anonimato.

Antes da pós-graduação no MIT, Goldfajn concluiu seu mestrado em economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), onde também foi professor.

Em sua experiência internacional, Goldfajn foi economista do FMI (Fundo Monetário Internacional) entre 1996 e 1999 e professor assistente na Universidade de Brandeis, em Massachusetts, nos Estados Unidos.

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