19 SET 2024 | ATUALIZADO 12:22
NACIONAL
Da redação
06/06/2016 11:55
Atualizado
12/12/2018 10:17

Denúncia contra Henrique Alves constrange governo , diz ministro

"Qualquer citação que possa ser negativa, eu não sou ingênuo, nem nossos ouvintes nem ninguém, claro que constrange", disse Eliseu Padilha nesta manhã
Josemário Alves / MH

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou, nesta segunda-feira (6), que "constrangem" o governo Temer as informações reveladas pela Folha de que o novo ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, teria atuado para obter recursos desviados da Petrobras em troca de favores para a empreiteira OAS, de acordo com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Entenda o caso: Janot afirma que Henrique Alves recebeu dinheiro do Petrolão

"Qualquer citação que possa ser negativa, eu não sou ingênuo, nem nossos ouvintes nem ninguém, claro que constrange", disse, em entrevista à rádio Gaúcha, de Porto Alegre, nesta manhã.

Padilha repetiu o que disse à entrevista à Folha publicada nesta segunda, que, antes da nomeação do novo ministério, reuniu os candidatos e perguntou aos que foram citados na Lava Jato se avaliavam que havia "algo a mais", e que só os nomeou diante da negativa dos entrevistados.

Perguntado se a denúncia contra o titular do Turismo colocava o cargo do ministro em xeque, Padilha se esquivou: "Eu não acho nada, quem acha é o presidente Michel Temer." Ele afirmou que Temer vai decidir ainda nesta segunda se Alves continua na pasta.

Em referência a Fátima Alves, suspeita de integrar uma "articulação criminosa" e nomeada nova chefe da Secretaria Especial de Políticas Para Mulheres, o ministro-chefe afirmou que ela não tomou posse porque o governo ainda não concluiu uma "pesquisa" em relação a seus antecedentes.

Ele exemplificou como funciona essa pesquisa: "Eliseu Padilha vai receber um cargo importante no governo. O SNI, serviço de informação do governo, GSI [Gabinete de Segurança Institucional], Advocacia-Geral da União, CGU [atual Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle], dão uma olhada na vida da pessoa, vê se tem muitos problemas, que tipo de problema tem, se a Lava Jato já pegou, não pegou. Se tem coisas desta ordem, daí não deve tomar posse.", disse.

"Enquanto não se tem esta notícia, não se dá posse. Se surgir, tem uma condenação criminal, ainda de primeiro grau, não toma posse, por óbvio, não entra no governo. Tem processos crime por isso, por aquilo, de função pública, também não toma posse. Então, estas são as orientações do presidente", concluiu.

Denúncia

Conforme revelado pela Folha, Rodrigo Janot afirmou ao STF (Supremo Tribunal Federal) que o ministro do Turismo atuou para obter recursos desviados da Petrobras em troca de favores para a empreiteira OAS.

Parte do dinheiro do esquema desbaratado pela Operação Lava Jato teria abastecido a campanha de Alves ao governo do Rio Grande do Norte em 2014, quando ele acabou derrotado.

Henrique Eduardo Alves disse em nota que todas as doações recebidas em 2014 foram registradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral.

Outro Lado

O ministro Henrique Alves enviou na tarde desta segunda-feira (06) uma nota à imprensa onde negou as acusações divulgadas pelo Jornal Folha de São Paulo. Confira a integra da nota:

"A Folha de São Paulo desta segunda-feira (6) repete informações veiculadas pelo mesmo jornal em 19 de dezembro de 2015 e 3 de maio de 2016 sem qualquer fato novo que justifique. Mesmo identificando motivações políticas em sua publicação, não poderia silenciar diante de tamanho absurdo, o que provarei quando tiver conhecimento do inteiro teor do inquérito – e não de destaques dolosos e de má fé – ou quando ao menos tiver recebido a preliminar citação.

Sobre as relações com políticos e empresários todas são pautadas pela ética, cordialidade, respeito recíprocos e a liturgia institucional do cargo público ocupado".


Com informações da Folha de São Paulo e G1

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