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MOSSORÓ
Da redação
08/06/2016 13:36
Atualizado
13/12/2018 17:00

Jovem de 18 anos continua em busca de doador de medula óssea

Marcos Paulo está em casa, mas vai ao hospital todos os dias para o tratamento. Assistente social do Hemocentro de Mossoró, Lenita Helena explica ao Mossoró Hoje como funciona todo o processo para doação. Confira
Cedida

O estudante Marcos Paulo Carlos de Amorim, de 18 anos, continua em busca de um doador de medula óssea. O jovem recebeu o diagnóstico de leucemia e em abril inicou o tratamento no Centro de Oncologia de Mossoró.

A prima de Marcos, Liany Carlos, entrou em conta com o MOSSORÓ HOJE pedindo para reforçar a campanha em busca de um doador para o estudante.

O MOSSORÓ HOJE também entrou na luta em busca de um doador para o jovem no dia 22 de abril. O jovem já teve alta médica, mas vai ao hospital todos os dias para fazer o tratamento.

Liany informou que vários familiares fizeram o teste de compatibilidade para doação de medula óssea e nenhum foi compatível até agora. Mas, a luta continua. "Está na luta sempre confiante, graças a Deus", destacou ela.

Quem quiser entrar em contato com a família pode falar com Liany Carlos pelo telefone: (84) 9 9622-7669

FAZER O BEM SEM OLHAR A QUEM: COMO FUNCIONA A DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA

A 20ª edição do jornal Mossoró Hoje contou a história de superação do jogador de futebol Paulo Júnior, que travou batalha com a doença há pouco mais de um ano.

O primeiro caso que ganhou ampla repercussão este ano foi o da técnica de segurança Sayonara Nobre, que, infelizmente, não resistiu ao tratamento e faleceu antes de encontrar um doador.

O tema é inegavelmente importante, pois a partir dele surgem muitas dúvidas, principalmente para os doadores de medula óssea em potencial. Ser doador de medula óssea é, de fato, fazer o bem sem olhar a quem.

É o caso do agente da Guarda Civil Edwardo Vinícius, de 28 anos. Inspirado na luta da amiga Sayonara Nobre, Edwardo decidiu ser doador de medula óssea há poucos meses e se cadastrou no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).

Edwardo conta que sempre via campanhas incentivando a doação, mas não sabia da tamanha importância desse ato. “Foi preciso alguém próximo a mim passar por uma situação daquela que Sayonara passou para que eu realmente sentisse a dor da família, e soubesse o que é lutar contra o tempo para conseguir uma medula óssea, e que muitas vezes não dá tempo. Então, eu não pensei duas vezes e procurei saber como fazer para doar”, explicou.

O agente frisa que muitas pessoas realmente têm medo de praticar o ato solidário por conta do processo de doação. Mas, ele se sente feliz pela possibilidade de salvar uma vida. “Eu ia me sentir muito feliz de saber que por causa da minha doação alguém iria renascer, seja onde for e seja quem for”, destacou.

Diferente de como é pensado por muitas pessoas, o processo de doação de medula óssea é bastante simples e rápido. A doação consiste na coleta da medula óssea, que é um tecido gelatinoso que fica no interior dos ossos onde são produzidos os componentes do sangue.

Interessados em serem doadores voluntários devem ir ao Hemocentro da sua cidade, onde é feita uma coleta de sangue. No caso de Mossoró, a amostra recolhida é levada para Natal, onde estão reunidos todos os cadastros do Estado e remetem ao Instituto Nacional de Câncer (INCA).

O material é analisado constantemente para se verificar a compatibilidade dele com a de pessoas que precisam da doação. Caso a medula seja compatível, a pessoa é convidada a fazer a doação. A viagem do doador à cidade em que o procedimento ocorrerá é totalmente custeada pelo Ministério da Saúde.

A assistente social do Hemocentro de Mossoró, Lenita Helena, explica que muitas pessoas têm receio de fazer a doação por achar que é algo complicado e doloroso. “Até hoje não há informação de risco para saúde do doador. Existe só um desconforto que é a questão de ter que se deslocar ao hospital”, diz.

Ela explica ainda que durante a doação é feita a punção do osso grande da bacia, com anestesia, e com 24h, no máximo 48h, o doador é liberado.
A doação de medula óssea é necessária em pacientes com doenças que afetam o sangue, como é o caso da leucemia. Para fazer a doação é preciso ter entre 18 e 54 anos, estar em bom estado de saúde e não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue.

Lenita Helena relata que atualmente, por conta da facilidade das informações pela internet e pelas campanhas feitas pela imprensa, há muito mais pessoas se inscrevendo no REDOME.

No Hemocentro de Mossoró, a assistente social chega a fazer de cinco a seis cadastros para doação de medula óssea por dia. “O número de cadastrados hoje aumentou muito, mas ainda não se sabe, estatisticamente, se há esse equilíbrio, porque tem que haver o número de cadastrados bem maior do que de quem está precisando, devido à dificuldade de encontrar um doador”, informou.

Lenita relata que ainda há pessoas que preferem somente doar sangue, já que é um processo mais rápido. “Muitas pessoas não se cadastram com receio desse processo, porque pensam que é na medula espinhal, e não é. As pessoas precisam conhecer mais para se sentirem motivadas a fazer o cadastro. A maioria prefere doar sangue porque é rápido, vai logo para casa”, disse.

Atualmente, há em média um doador para cada 100 mil pacientes que precisam da medula óssea. Por isso, é uma decisão importante se cadastrar no REDOME, sendo assim, deve ser levada a sério. Imagina alguém que está precisando da doação para sobreviver, descobre que há alguém compatível e esta pessoa desiste de fazer a doação?

“As pessoas devem procurar se informar bem sobre o processo de doação para quando for fazer o cadastro já ter a certeza de que se um dia encontrar alguém compatível não vai desistir, porque é muito difícil para quem está necessitando de um doador quando descobrir que tem alguém compatível e não querer doar, quando encontrar alguém é a única esperança de vida”, frisou.

Geralmente, a doação de medula óssea ocorre por doador voluntário - casos em que o doador não é da família – paciente e doador não se conhecem. Em alguns casos, o hospital promove esse encontro. “Então, é fazer o bem sem olhar a quem", conclui Lenita Helena.

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