A rotina de um atleta já é naturalmente exaustiva. Treinos físicos, cuidados redobrados com alimentação, participação em competições locais, regionais, nacionais. Imagine ter que conciliar tudo isso com a também exaustiva rotina de uma graduação como Medicina?
O lutador de jiu-jitsu Marco Antônio Bezerra tem conseguido. O mossoroense, que foi um dos condutores do revezamento da Tocha Olímpica na cidade, ocorrido na última segunda (06), revela como é possível essa conciliação.
“O esporte só tem a favorecer a questão dos estudos, contribuindo para melhorar o controle, autoestima, concentração, o emocional. Quando comecei a fazer os vestibulares, dei uma parada e foi justamente no momento em que voltei a treinar que consegui passar. Quando coloquei no meu cronograma de estudo o momento de esporte, foi quando consegui um resultado melhor”, destaca.
Marco começou a treinar em 2004, por incentivo de primos que até hoje são seus professores. Desde então tem mantido em sua rotina horários para dedicação aos estudos e ao esporte. Com o início da graduação, precisou reduzir um pouco o ritmo, mas não abandonou o jiu-jitsu.
“Quando as aulas começaram, diminui o ritmo. Treinava antes duas, três vezes por dia, todos os dias de segunda a sábado. Hoje eu treino uma vez por dia, segunda a sexta. Em período de prova, dou uma reduzida, treinando das vezes por semana”, enfatiza.
O lutador revela que o apoio da família é fundamental e que sempre foi incentivado a dedicar-se aos estudos. “A família é a base de tudo, sem esse apoio dificilmente conseguiria conquistar o que já alcancei. Sempre tive apoio para nunca deixar os estudos e conciliar com a prática do esporte”, reforça.
Aos 27 anos, o atleta acumula títulos como campeão pan-americano, vice-campeã mundial, entre outros. “Comecei em eventos locais, regionais, depois comecei a lutar fora, em São Paulo, lutei o Mundial, Pan-Americano em Salvador e Brasília. Depois fui para a Argentina, sempre buscando competições de alto nível, representando Mossoró por várias cidades do Brasil e do mundo”, frisou, acrescentando que pretende lutar em setembro, no Nordeste Open.
Projeto Social
Além da faculdade e dos treinos diários, Marco ainda consegue tempo para participar, junto com amigos, de um projeto social voluntário no bairro de Tirol, em Natal. São cerca de 20 crianças atendidas com aulas gratuitas de jiu-jitsu e outras modalidades esportivas.
“Pregamos a formação de cidadãos do bem, não campeões, sempre com qualidade de vida e segurança. Nosso objetivo é mostra a essas crianças que elas têm de saber lidar com as situações do dia a dia, ter humildade, saber que na vida a gente tem vitória e derrota”, comenta Marco.
As aulas acontecem diariamente, a partir das 18h. “É um prazer poder contribuir com essas crianças, muitas vezes elas podem ter um destino diferente. Dentro da academia a gente procura sempre dar esses ensinamentos. Lá temos médico, estudante, advogado, muitos perfis para as crianças se espelharem”, afirma.
Emoção na condução da Tocha
Sobre a oportunidade de conduzir o maior símbolo dos jogos olímpicos, o lutador mossoroense revela que o momento foi inesquecível. “Foi um prazer imenso ter esse reconhecimento, é o sonho de qualquer atleta está inserido na história de Mossoró, por meio da Tocha Olímpica. Eu nem esperava. Foi marcante. Um dos momentos de maior alegria da minha vida”, resume.
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Marco revela que a Tocha que conduziu estará exposta na Loja Schalk, no Shopping Liberdade, até este domingo (12), quando segue para Natal. “Quero inclusive agradecer à Schalk, que sempre vem me acompanhando, ajudando nas competições”, finaliza o lutador.