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POLÍTICA
Da redação
13/06/2016 10:02
Atualizado
12/12/2018 15:24

PF vê indícios de que Agripino ?lavou? dinheiro da construção da Arena das Dunas

Informação integra o inquérito aberto STF contra o parlamentar, em que se apura se ele recebeu propina da OAS, investigada na Lava Jato, em troca da liberação de recursos para a empreiteira.
Agência Senado

O portal Congresso em Foco reproduz matéria publicada pelo Jornal O Globo, em que é destaca movimentações financeiras realizadas pelo senador José Agripino (DEM), consideradas suspeitas, totalizando R$ 15,9 milhões, entre dezembro de 2011 e novembro de 2014.

Para a Polícia Federal, há indícios de que o senador utilizou parentes, assessores e empresas com as quais tem ligação para “lavar” o dinheiro.  A informação integra o inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o parlamentar, em que se apura se ele recebeu propina da OAS, investigada na Lava Jato, em troca da liberação de recursos para a empreiteira na construção da Arena das Dunas, em Natal.

A obra, para a Copa de 2014, foi financiada com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A movimentação suspeita dos valores consta em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão ligado ao Ministério da Fazenda.

Na avaliação da PF, as movimentações são “um indício de que os pedidos de doações eleitorais feitos pelo parlamentar à OAS foram prontamente atendidos, e podem ter-se constituído em forma dissimulada de repasse de propina”. José Agripino nega irregularidades.

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Os investigadores afirmam que os dados levantados até o momento fornecem “reluzentes indícios de que, de fato, as obras referentes à Arena das Dunas em Natal, entre 2011 e 2014, passou por diversos entraves perante os órgãos de controle e o próprio banco público financiador do empreendimento, o que corrobora a suspeita de que José Agripino Maia efetivamente atuou com a finalidade de auxiliar a empresa, destinatária do financiamento, na superação dessas dificuldades”.

Entre os indícios citados pela PF, estão diálogos registrados no celular de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS. De acordo com o Globo, as investigações apontam que o doleiro Alberto Youssef e os operadores Rafael Angulo Lopez e Adarico Negromonte Filho foram a Natal em mais de uma oportunidade, entre 2011 e 2014, para abastecer o caixa dois da OAS.

Em petição enviada ao ministro Luís Roberto Barroso, relator do inquérito, a defesa de Agripino afirma que não há qualquer suspeita nas movimentações do senador. O presidente do DEM atribui as operações a dividendos da rede de comunicação e de loteamentos de sua família. Alega, ainda, que recebeu doações da mãe e fez transferências financeiras para os dois filhos no mesmo período.

“Esse dinheiro se refere a um longo período da minha vida. A minha família tem loteamentos, como o Alphaville, e vários empreendimentos imobiliários dos quais eu tenho participação. Eu tenho o direito de doar aos meus filhos e também de receber doação da minha mãe”, afirma o senador.

Dinheiro vivo

Segundo o Globo, uma das movimentações que intrigaram o Coaf foi o saque de R$ 170 mil de uma das contas de Agripino. O dinheiro foi depositado de volta na mesma conta de forma fracionada cerca de 40 dias depois.

O senador diz que a operação é resultado de um negócio não concretizado que pretendia realizar. Os investigadores também apontaram um depósito de R$ 90 mil em espécie em uma de suas contas. O presidente do DEM respondeu que mantinha R$ 100 mil em dinheiro vivo em sua casa e que declarou esse montante à Receita Federal no ano anterior.

De acordo com Agripino, os recursos repassados pela OAS, em forma de doação à sua campanha, foram informados à Justiça eleitoral. O senador e outras 14 pessoas, inclusive seu filho, o deputado Felipe Maia (DEM-RN), tiveram seus sigilos fiscal e bancário quebrados. Os dados foram encaminhados ao STF. Agripino afirma que os dados confirmarão que não houve qualquer ilegalidade em suas transações financeiras.

Com informações do Congresso em Foco

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