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MOSSORÓ
Da redação
16/06/2016 15:58
Atualizado
13/12/2018 18:34

Técnicos preparam diagnóstico sobre quadro estrutural do HRTM

Medida foi adotada pelo diretor-geral Jarbas Mariano após divulgação do relatório de vistoria técnica feito pelo médico e advogado Elsias Nascentes, da OAB. Documento apontou sérios problemas
Cezar Alves

O diretor-geral do Hospital Regional Tarcísio de Vasconcelos Maia (HRTM), médico Jarbas Mariano, decidiu formar uma comissão interna para fazer um levantamento minucioso da estrutura física e também de pessoal, assim como fez o advogado e médico Elsias Nascentes, presidente da Comissão de Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil, em Mossoró.

Segundo Jarbas Mariano, algumas colocações são fortes demais para que fiquem somente num relatório sem um documento para contrapor o escrito e apresentado à sociedade. O médico e delegado do Conselho Regional de Medicina, Manoel Nobre, concorda com Jarbas Mariano. Assim como Jarbas, ele reconhece que o HRTM enfrenta sérios problemas, mas tem ressalvas.

O relatório (que pode ser visto AQUI) revela um quadro de desprezo principalmente dos governos Garibaldi Alves, Vilma de Faria e Rosalba Ciarlini com o HRTM ao longo dos 30 anos de sua fundação, que resultaram, segundo o relatório da OAB, em muitas mortes em 2015. Inclusive cita que para cada 10 internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), seis não resistiram.

A situação se tornou insuportável a partir do momento que a população dos 64 municípios da região Oeste do Rio Grande do Norte aumentou, o número de atendimento também, porém servidores reduziram e não houve os investimentos adequados na ampliação da estrutura física do hospital e menos ainda em novas tecnologias na área de medicina.

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O quadro já vinha se agravando desde 2007, com investimentos apenas paliativos. No Governo Rosalba Ciarlini a situação chegou ao ponto caótico, tendo sido decretado estado de calamidade pública e contratadas obras na ordem de R$ 4,5 milhões, porém, por falta de responsabilidade da então gestora estadual, os servidores não foram feitos.

Em 2015, o problema estourou no governo Robinson Faria. No levantamento da OAB Mossoró, no ano de 2015 foram internados 390 pacientes na UTI, sendo que 226 não resistiram. Segundo o médico Elsias Nascentes, a razão das mortes foi a falta de estrutura no HRTM, tanto de recursos humanos como física, principalmente respiradores.

Neste ponto, o diretor-geral Jarbas Mariano disse que realmente em 2015 recebeu o HRTM com apenas 7 respiradores funcionando. Quatro estavam no conserto. Ele acrescentou que o Governo do Estado comprou 10 novos respiradores e os quatro que estavam no conserto já estão no HRTM. Lembra que além deste problema, outros foram solucionados.

Acrescentou também que foi na atual gestão que foram ampliados pela primeira vez em 30 anos os leitos do hospital. No caso, a obra começou pelo Estado na gestão de Rosalba, mas como não foi concluída, a Maçonaria o fez. “Isto permitiu que pudéssemos esvaziar os corredores, recuperar os outros leitos das outras duas clínicas”, destaca Jarbas Mariano.

Já com relação às colocações gravíssimas, especialmente no tocante a falta de licenciamento do Corpo de Bombeiros para o HRTM funcionar, condições mínimas para os servidores trabalharem em todos os departamentos, colocações que médicos estavam entubando pacientes e entregando para o acompanhante ambuzar (respiração manual), Jarbas Mariano disse que comissão formada no HRTM vai fazer um levantamento técnico completo do Hospital.

O próprio Jarbas Mariano disse que vai à Secretaria Estadual de Saúde em busca de solução. Destacou, no entanto, ser importante que o debate sobre o HRTM continue, para que soluções políticas sejam adotadas, não só em Mossoró, nas nos outros hospitais regionais da região, como o de Caraúbas, Apodi, Pau dos Ferros, Assú, que não cumprem o seu dever.

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