22 SET 2024 | ATUALIZADO 11:39
MOSSORÓ
Por: Ismael Sousa
20/06/2016 14:30
Atualizado
13/12/2018 19:16

Envolvimento da comunidade é destaque na preparação das Quadrilhas Juninas

População apoia financeiramente, ajuda na elaboração dos adereços e se encanta junto com o grupo nas apresentações durante os festivais.
Cedida: Gildo Bento

A paixão pela dança leva os integrantes das Quadrilhas Juninas de Mossoró a adotarem um ritmo intenso durante todo o ano. Os ensaios, a preparação do enredo, do musical e a confecção dos materiais mobilizam toda a comunidade que apoia financeiramente, ajuda na elaboração dos adereços e se encanta junto com o grupo nas apresentações durante os festivais.

A correria e a ansiedade de se apresentar na arena após um ano de preparação fazem parte do cotidiano dos 116 integrantes da Companhia Junina Lume da Fogueira. Os organizadores, dançarinos e diretores cuidam de cada detalhe para abrilhantar a apresentação e encantar o público e contam, é claro, com a admiração e apoio da comunidade.

A quadrilha junina surgiu em 1996 na Escola Municipal Professor Manoel Assis, bairro Boa Vista. Na época, a Lume da Fogueira se apresentava apenas em escolas e bairros da cidade, mas com o passar dos anos a brincadeira começou a ganhou forma, ultrapassando as fronteiras escolares e hoje a quadrilha é uma das mais tradicionais e premiadas da cidade.

Uma das fundadoras da Lume da Fogueira, a professora e coordenadora Liana Duarte, explica que durante a preparação, a participação da população é fundamental. “É incrível o quanto a comunidade dos bairros Doze Anos e Boa Vista gosta da quadrilha. As nossas apresentações são muito motivadas por eles aqui em Mossoró. A gente costuma sempre dizer: nós devemos isso a nossa comunidade, as pessoas que nos apoiam, que nos admiram e que gostam do nosso trabalho”, enfatiza.

Ainda segundo Liana, os ensaios da Lume são acompanhados por um grande público, o que é ainda mais motivador para os quadrilheiros. “Às vezes que estamos ensaiando na quadra eles lotam, choram, aplaudem e ajudam com distribuição de água, lanches e até na confecção dos adereços”, acrescenta.

Preparativos

Os preparativos para as apresentações juninas começam já no final do mês de julho, com o término da temporada anual de shows pelo Estado. Neste período os organizadores já estão na fase de pesquisas sobre temas, figurinos e coreografia, e no final de janeiro começam para valer os ensaios.

Para custear a quadrilha, os organizadores da Lume têm realizado bingos e eventos paralelos, como também recorrido a patrocinadores para conseguir arrecadar recursos financeiros e investir na estrutura para a temporada.

"É um sacrifício, mas o amor envolvido é muito mais gratificante do que a questão financeira. Às vezes ficamos com uma pendência, mas a premiação vai cobrindo uma coisa e outra, e no final tudo dá certo", complementou Liana.

A coreografia é uma das principais marcas de uma quadrilha junina. Ela não só envolve estudos e pesquisas, como também requer bastante criatividade do coreógrafo. E essa é a missão de Abraão Morais.

“Nós debatemos entre a direção, escutamos, pesquisamos, vivenciamos muito para chegar ao resultado final. Eu confio em cada pessoa que vem para cá, que se dispõe a ficar até 1h da manhã para fazer ajustes. Há muita cobrança, mas eles entendem, e o resultado final é inexplicável”, diz ele.

O musical é outro ponto marcante da quadrilha e encanta o público. As apresentações podem contar a história de personalidades, costumes, sentimentos e até momentos históricos. Os músicos se esforçam bastante na elaboração de temas e enredos que são tratados com seriedade.

Para o Alisson Carpinelli, conhecido como Alisson Pancadinha, a elaboração do musical é uma das partes mais sensíveis da quadrilha. Além da emoção, ele encara essa missão com satisfação para deixar a apresentação cada vez mais bela.

Esse sentimento também é compartilhado pela cantora Conceição Andrade, que é uma das responsáveis por interpretar o musical. Convidada ano passado para integrar a equipe de músicos da quadrilha, ela destaca que integrar a Lume da Fogueira foi amor à primeira vista.

“Falar de uma sensação pela Lume é amor. Achei que não conseguiria fazer de novo esse ano e quando recebi o convite da direção tive um sentimento de paixão. Pois a Lume é uma família onde você se apaixona, se encanta e quer ficar nela enquanto tiver a quadrilha”, conclui Conceição.

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