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MOSSORÓ
Da redação
26/06/2016 11:47
Atualizado
13/12/2018 20:56

Pernambucano fará doação de mais de R$ 15 milhões para construção do Santuário

Filho de devota de Santa Luzia, Antônio Pacheco doará em sua totalidade os recursos para edificação do monumento, que deve ter suas obras iniciadas em agosto. Conheça a trajetória do empresário.
Cedida

“O que eu vou fazer é sem interesse de nada. Puramente de coração. Não quero nada em troca a não ser a benção de Deus e de minha mãe que era devota de Santa Luzia”. As palavras firmes foram ditas por Antônio Pacheco. O doador do Santuário de Santa Luzia. Doador? Mas como assim? Como alguém pode doar para uma cidade um projeto com previsão de custo de mais de R$ 15 milhões? Numa sociedade em que muito se quer e pouco se doa, a notícia é um susto.

Muitos duvidaram. Outros fizeram chacota zombando do “milagre” que se noticia em Mossoró. Chamado de investidor pela equipe do Mossoró Hoje, a interferência de Pacheco veio de imediato: “Não tenho o direito de investir em Santa Luzia. Tenho o dever de agradecer pela oportunidade de realizar uma obra que não é minha, é de Deus”.

Pesente na reunião da noite deste sábado (25), Padre Flávio Augusto também mencionou algumas vezes a palavra milagre, enquanto ouvia atento a todas as explicações. Ele era um dos representantes da Igreja, ao lado do Padre Charles Lamartine e de outros integrantes da Comissão de construção do projeto.

“A presença do Antônio Pacheco na nossa cidade é mais importante. Porque mostra a seriedade e compromisso”, afirmou Padre Flávio, que assim como o prefeito Francisco José Júnior teve pela primeira vez contato com o homem do Milagre.

“Trabalhamos nesse sonho desde os primeiros dias de mandato. Algo no meu coraçaõ dizia que ia dar certo. O desafio era construir a forma de fazer acontecer. Resolvemos trabalhar nisso. Economia em crise, potencial econômico de Mossoró em transformação desde que a Petrobras começou a sofrer os primeiros abalos em terras potiguares. Foi aí que vimos no Turismo Religioso fortalecido por 200 anos de fé e amor por Santa Luzia um novo caminho para Mossoró. Trabalhamos. Criamos as condições e Deus abriu as portas”, declarou o prefeito.

Os representantes da igreja, com muita atenção e responsabilidade, queriam saber quanto estava sendo doado e como iria funcionar o trâmite da doação e estavam preocupados também com um segundo ponto: Fazer a população entender. Afinal o Santuário de Santa Luzia está sendo visto como um presente dos Céus para a cidade. “O Santuário vai reforçar o que já existe”, disse padre Flávio.

O milagre

Após concluído o projeto arquitetônico do Santuário de Santa Luzia, que deverá começar a ser erguido daqui a pouco mais de um mês, equipes da Prefeitura divulgaram o projeto e seu objetivo. A beleza do que foi idealizado atraiu inúmeros interessados na parceria público-privada que tinha um objetivo desafiador: Não usar qualquer recurso do município por causa da crise.

“Sentíamos no nosso coração que ia dar certo. Mas jamais imaginamos algo como o que aconteceu. Quando a notícia chegou tive a certeza de que era mais uma vez a ação de Deus transformando a história do nosso povo, como tem feito ao longo da história de Mossoró ”, relata o prefeito Francisco José Júnior.

Em meio às divulgações, um amigo de Pacheco, também pernambucano como o empresário, viu o projeto e acreditou na busca de investidores. Procurou o amigo que tem negócios e acesso a outras pessoas, também com potencial para investir. Esse amigo é o Coronel Antônio Carlos.

“Eu mesmo não acreditei. Quando falei em investimento e disse que era para construção e lucro com Santuário de Santa Luzia, o Pacheco não me deixou continuar. Ao ouvir o nome da Santa, sem ter visto o projeto, sem saber o custo, sem saber de nada ele decidiu. Se for para lucrar com a Santa não irei participar, quero doar o Santuário”, lembra o Coronel, que diz que não esperava em hipótese alguma a reação do amigo.

Neste domingo será assinado o termo de Cooperação e o lançamento da pedra fundamental do Santuário de Santa Luzia na Serra Mossoró. “O aporte financeiro será feito imediatamente após autorizado o início das obras”, afirma Pacheco. O doador é que será responsável pela busca e contratação da empresa que irá executar o projeto. A busca será por uma empresa que possua a tecnologia necessária e que não tenha vínculos com o poder público local.

"Eu acredito em milagre", diz Pacheco

O homem que começou a trabalhar no balcão da bodega do pai aos seis anos de idade tem modos simples. Contou ao MH com tranquilidade sobre sua trajetória que já o colocou aos 12 anos para “andar sozinho”, como citou essa fase em que já passou a ser também um dos responsáveis pela família.

Entrou aos 17 anos para a faculdade de Economia na Universidade Católica em Recife, mas deixou o curso no quarto período quando o pai decidiu fechar o negócio e lhe propôs viver com uma espécie de mesada. Tinha 20 anos. Vendia açúcar e comprava. Fez o negócio prosperar. Foi enganado. Quebrou e chegou ao fundo do poço. “Numa fase difícil da minha vida Deus apertou o parafuso. Quando Ele viu que eu não ia folgar na minha fé, foi desapertando o parafuso”, sorri relembrando.

Perguntado se acreditava em milagres, Pacheco foi taxativo. “Acredito em milagres e tenho testemunhos. Já tive livramentos que a vida não explica em situações de risco de morte que seriam impossíveis entender e explicar”, disse relembrando sua gratidão a Deus. Apesar de reconhecer que o homem não faz os milagres, Pacheco reconhece que pode ser o homem o instrumento de Deus para isso. Então o MH perguntou se ele se sentia, no caso do Santuário de Santa Luzia, um instrumento para o milagre de Deus. “Sim. Acredito”.

O empresário, que demonstrou fé imensa e que gosta de desafios, fará a doação através da sua empresa. Com escritório que trabalha com Comodities no Mato Grosso no setor de exportação de soja, milho e açúcar, também faz investimentos nas áreas de melhoria energética, através “da energia limpa possível de se extrair do próprio lixo”.

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