“Estou muito concentrada em não sentir raiva da Joanna na hora da Luta. Eu acho que a raiva apaga a luz do raciocínio. Apesar da gente viver essa rivalidade eu não quero levar isso para dentro da luta. Eu já vi isso acontecer com vários lutadores e não quero que aconteça comigo”, as afirmações feitas em vídeo na página oficial da Cláudia Gadelha no site do UFC mostram uma lutadora bem mais estrategista e focada em não falhar para levar hoje o cinturão dos leves que é inédito no país na modalidade feminina.
A responsabilidade da mossoroense não é pequena. Sem nenhum campeão na atualidade no UFC, já que o Brasil perdeu o único campeão que tinha no UFC: Rafael dos Anjos, nocauteado por Eddie Alvarez, na disputa pelo cinturão dos leves, nessa quinta, o país inteiro vai querer torcer por uma vitória sua nesta sexta no Ultimate Fighting Championship.
Claudinha desafia a campeã Joanna Jedrzejczyk pelo cinturão do peso palha, na luta principal do TUF 23 Finale, no MGM Grand Garden, em Las Vegas. As adversárias levam ao octógono uma das maiores rivalidades do MMA feminino em revanche valendo o título da divisão até 52kg.
Joanna Jedrzejczyk levou a melhor no primeiro confronto com Cláudia Gadelha, em dezembro de 2014, em controversa decisão dividida dos juízes, após três rounds bastante equilibrados. Com o resultado, a polonesa conquistou o title shot e faturou o cinturão com triunfo sobre Carla Esparza, primeira campeã da história da categoria, por nocaute, em março do ano passado.
Invicta na carreira, com 11 triunfos, Joanna ainda defendeu o cinturão com sucesso contra Jessica Penne (nocaute técnico) e Valerie Letoruneau (decisão unânime). Além de Claudinha, o país ainda poderá ter outra mulher campeã: Amanda Nunes, que desafia Miesha Tate pelo título do peso galo, na atração principal do UFC 200, no sábado.
RIVALIDADE
“Eu acho que ela é uma das pessoas mais desrespeitosas que conheci na minha vida. Eu não aceito conviver com pessoas desrespeitosas” afirma Claudinha. Na pesagem oficial para o evento, o clima entre as duas ficou tenso. Trocaram várias provocações e precisaram ser contidas pelo presidente do UFC, Dana White. Eu sou uma lutadora de MMA, e a Joanna é uma golpeadora. Ela ainda está em fase de adaptação às artes marciais mistas. Se eu fizer meu jogo certinho, vou atrapalhar muito para ela”, analisou.
Focada na conquista do cinturão, Claudinha tenta fazer com a rivalidade exacerbada não a atrapalhe no combate. “ Eu evoluí muito porque passei a pensar mais em termos de estratégia na luta”. As pessoas podem esperar uma Claudia Gadelha andando para frente o tempo inteiro buscando uma vitória, não só uma vitória para mim mas para todos os fãs que estão sonhando com mais um Cinturão para o Brasil”.
TREINO: Treino duro todos os dias, então estou sempre preparada para qualquer luta.
Quando e por que você começou a lutar? Me apaixonei pelo jiu-jitsu muito cedo, eu era muito jovem.
Quais títulos e graduações você possui? Sou faixa preta no jiu-jitsu com Andre Pederneiras.
Você tem algum herói? Meu pai.
O que significa para você lutar no UFC? É um sonho realizado.
Você fez faculdade? No que se formou? Sim. Me formei em direito.
Qual era o seu emprego antes de começar a lutar? Luto desde muito cedo e foi isso que me ajudou a pagar a faculdade.
Possui títulos em campeonatos amadores? Fui três vezes campeã mundial de jiu-jitsu na categoria faixa marrom.
Técnica favorita de grappling: Mata-leão.
Técnica favorita de striking: Uppercut.
TUF 23 FINALE
Nesta sexta, no MGM Grand Garden, em Las Vegas
Card principal
Joanna Jedrzejczyk x Claudia Gadelha - pelo cinturão do peso palha
Andrew Sanchez x Khalil Rountree - final do TUF no peso meio-pesado
Amanda Cooper x Tatiana Suarez - final do TUF no peso palha
Ross Pearson x Will Brooks
Doo Ho Choi x Thiago Tavares
Joaquim Silva x Andrew Holbrook
Card preliminar
Gray Maynard x. Fernando Bruno
John Moraga x Matheus Nicolau
Josh Stansbury x Cory Hendricks
Cezar Ferreira x Anthony Smith
Jake Matthews x Kevin Lee
Li Jingliang x Anton Zafir