Desde o início da manhã, profissionais da imprensa local têm divulgado que o radialista Jota Nobre, da Rádio Difusora, foi afastado de suas funções por interferência política da atual gestão municipal. Os sindicatos dos radialistas e dos jornalistas emitiram nota criticando a suposta ingerência no meio de comunicação.
Diante da polêmica, a Prefeitura de Mossoró também emitiu nota, agora a pouco, em que afirma não corresponder à realidade dos fatos a informação que vem sendo propagada por profissionais da mídia mossoroense. Confira abaixo a nota, na íntegra:
“A Prefeitura Municipal de Mossoró vem por meio desta, negar veementemente, qualquer ilação ou insinuação a respeito de ingerências nos quadros funcionais de qualquer veículo de comunicação de Mossoró.
Tal informação caluniosa não corresponde à realidade, cabendo somente a direção desses órgãos justificar ou não os motivos para contratação ou afastamento de seus funcionários.
A atual gestão do Executivo Municipal preza pela liberdade de expressão de qualquer cidadão, seja ele profissional de imprensa ou não, e reconhece a importância da comunicação para garantir a cidadania plena dos munícipes, de forma a jamais se negar a prestar informações ou esclarecimentos a qualquer veículo de comunicação, independente da linha editorial da empresa e/ou profissional de imprensa.
Por fim, lamentamos que durante o processo sucessório a tentativa de trazer danos à imagem do gestor público leve à desinformação e criação de notícias inverídicas e factoides meramente por motivo político-eleitoral. Condenamos veementemente esse tipo de prática que denigre o processo sucessório, que deve prezar pela democracia e transparência.
Atenciosamente,
Luziária Machado
Secretária Municipal de Comunicação Social”.
Abaixo, as notas dos sindicatos dos jornalistas e dos radialistas:
"NOTA
O Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Norte (SINDJORN) vem a público prestar solidariedade ao radialista mossoroense Jota Nobre e repudiar qualquer ato de censura à liberdade de imprensa, promovida por grupos empresariais e políticos com a única finalidade de tolher a sociedade de uma imprensa forte, democrática e justa. O radialista foi afastado de suas funções na Rádio Difusora sob o argumento de que algumas críticas feitas em seu programa, por ele e por ouvintes, estariam trazendo problemas à emissora. Seu retorno ao trabalho foi condicionado ao fim do período eleitoral.
É inadmissível que profissionais de imprensa sejam impedidos de exercer suas atividades por pressões políticas e empresariais. O direito à informação é prerrogativa fundamental de uma sociedade igualitária e ética. Qualquer ameaça a este direito deve ser repudiada e combatida com todas as forças pelo público e pela classe jornalística. Somente uma imprensa forte e ética será capaz de frear ataques como este à liberdade de expressão.
O Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Norte está atento a qualquer tipo de desrespeito ao exercício das funções dos comunicadores espalhados por todo o Estado, acompanhando de perto as situações comunicadas e denunciando que o fantasma da censura prévia, em seus vários disfarces, ainda assombra a nossa profissão.
Reafirmamos nosso apoio e solidariedade ao radialista Jota Nobre, mesmo ele não sendo acobertado por nossa entidade de forma direta. Assim como também cobramos respeito a todos os profissionais que trabalham diariamente para oferecer informação ao público, agindo de maneira ética, correta e responsável, pois este deve ser o papel do bom jornalista.
SINDJORN"
“Nota de Repúdio
O Sindicato dos Radialistas de Mossoró, de Região e Microrregião vem a público repudiar o cerceamento da liberdade de expressão aos profissionais de comunicação em Mossoró, bem como a forte pressão econômica exercida pelo poder Executivo municipal sobre os veículos de imprensa, que prejudica o livre exercício da profissão.
É inadmissível que em pleno século XXI tenhamos que assistir radialistas sendo tolhido do direito de comunicar e de abrir espaços para os ouvintes somente porque suas posições não compactuam com a projeção de cidade ideal feita por uma gestão.
Não podemos assistir passivamente profissionais de imprensa sendo afastados de seus trabalhos e tendo o direito constitucional da livre manifestação de pensamento, expressão e informação tolhido, e o direito ao contraditório desrespeitado.
Ratificamos nosso repúdio a todo e qualquer tipo de censura, e nos somamos aos profissionais de imprensa que trabalham com seriedade para levar informações plurais aos cidadãos.
Presidente Francisco Carlos Cavalcante de Assis”.