Sempre será tempo de parabenizar a fabulosa colunista Rafaella Costa pelo polêmico TCC nota 10 sobre a transexualidade.
Colunista das mais respeitáveis, Rafaella Costa é também uma amiga pronta para atender um pedido sem pensar duas vezes. Com a conclusão do Curso de Pedagogia que decidiu fazer, mostrou-se uma mulher além do que podíamos imaginar: enfrentou mil barreiras dos enfadonhos preconceitos e hipocrisias para pesquisar e discutir um tema ainda polêmico e, assim, prestar um grande serviço a sociedade. É "apenas" uma pesquisa de TCC, sei que ela não vai parar por aí, seguirá com suas pesquisas como forma de contribuir para construir uma sociedade justa, progressista. Portanto, eu não teria muitas palavras para parabenizá-la por tamanho feito.
A defesa do TCC
"10 de fevereiro de 2015 - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - Faculdade de Educação... E um dos dias mais importantes da minha vida: defesa da minha monografia, que teve como Tema: A Transexualidade como uma realidade cada vez mais presente no cotidiano cisgênero e a produção de conceito através da sociedade heteronormativa (Desafios para legitimar a identidade de gênero), porta de passagem para a conclusão do curso de Pedagogia, com obtenção de nota máxima... Sim, o 10 tem gostinho muito especial. É o encerramento de um ciclo e o início de outro! Meu agradecimento sincero a cada um que fez parte dessa história, direta ou indiretamente e o desejo do fortalecimento de laços de quem permanecerá ao meu lado na nova jornada".
Um pouco do tema
"A temática se mostra relevante por estar bastante presente em todos os setores da sociedade, apesar de muita gente preferir não enxergar isso como uma realidade e continuar expressando sua negação para tal, por meio de olhares que vigiam e punem. Quanto mais a gente falar, discutir e reconhecer, mais fortaleceremos a luta de classes e contribuiremos para que seus anseios venham se tornar reais, podando as diferenças e reconhecendo a igualdade entre todos os seres humanos".
Conclusões
"Inúmeras são as possibilidades de discussões abertas sobre a temática, especialmente no que diz respeito às questões de gênero e sexualidade, ultrapassando a barreira de imposição heteronormativa e abrindo portas para o queer ser pautado em campos como a educação dentro e fora da escola, facilitando o entendimento e aceitação do gênero.
A abordagem trans ainda mexe com o imaginário alheio, o conhecimento é pouco divulgado e muita gente prefere se manter distante por puro preconceito, falta de conhecimento ou pela ausência de interesse ao que foge dos paradigmas convencionais que adotam critérios para definir o que é normal e o que não é.
A liberdade tão sonhada poderia ser melhor conduzida se nós conseguíssemos plantar a semente do respeito na “cartilha” de boas maneiras de cada ser humano, especialmente daqueles que olham e classificam os transgêneros como aberrações, anormais, doentes e ilegais. O cotidiano trans não foge à regra da normalidade, nada tem de incomum, doentio ou irreal.
Por acreditar que toda a bagagem do universo trans tem muito a nos acrescentar e ajudar ao próximo, como à sociedade em geral, sugiro uma reflexão acerca dos limites impostos, principalmente no campo da educação, que está em constante evolução e pode ir além da diferença sexual".