28 MAR 2024 | ATUALIZADO 17:59
Retratos do Oeste
08/03/2015 06:55
Atualizado
13/12/2018 01:54

A ribalta dos delatores, o mar de lama virtual e o choque de realidade no PT

Jean-Paul Prates faz uma cronologia da corrupção no Brasil a partir da era vargas, mas poderia ter começando em 1500, que não estaria errando. Vale a leitura!

Por concordar com todas afirmações, transcrevo o artigo do economista e advogado especialista em petróleo e gás, suplente de senador Jean-Paul Prates sobre a "lista de Janot".

Segue-o,

Por Jean-Paul Prates - Natal, 07 de março de 2015

(...) Há as eras dos engavetadores e as eras dos delatores. A depender de a quem servem, elas se sucedem, sempre obedecendo a sistemas complexos, superiores ao governo, à justiça e mesmo à imprensa e a opinião pública. (...)

(...) À exceção de uns poucos a quem se concede um naco da ribalta para compor a cena democrática e popular, aqueles que realmente decidem são meros prepostos de grupos de interesse cada vez mais interligados. (...)

(...) Este sistema é movido a dinheiro, seja na justiça, no parlamento, nos governos ou na mídia. Quem tem dinheiro dá as cartas. Faz o que quer e depois acusa e agride, ou protege e esconde. (...)

(...) A chegada do PT e das esquerdas brasileiras ao posto máximo do País pela primeira vez na história ameaçava revirar tudo. E, pior, revelar tudo. Havia que procurar logo os mais pragmáticos do novo grupo e fazer-lhes chegar a oportunidade de negociar e compor. (...)

(...) O que eram Marcos Valerio, Barusco, Youssef, Baiano, Cerveró, Jorge Luz e outros senão operadores de esquemas que seus patrões levaram a conhecer pelos novos governantes e seus partidos de apoio para "expandir e aprimorar”? Os neófitos do PT, agora no poder, é que eram a conquistar, a encantar. (...)

(...) Alguns trapalhões neo-governistas embevecidos com o cenário de possibilidades e diante do aval dos "experientes partidos aliados”, se lambuzaram com a festança turbinada pela popularidade e crescimento nacional, e partiram para ações ainda mais ousadas e menos discretas, esquecendo-se de que estavam utilizando mecanismos e pessoas ligadas a seus próprios inimigos. (...)

(...) Configurado o cenário de possibilidade concreta de vitória da oposição ao final de 2014, os operadores e intermediários mais amedrontados, começaram a se entregar e entregar seletivamente gente do governo que eles achavam que ia cair, numa tentativa de agradar e provavelmente amenizar punições do governo que achavam que ia ganhar, (...)

(...) A toda coisa encruou e virou pasta quando Dilma surpreendentemente ganhou. Aí a seletividade dos vazamentos passa a ganhar tons alternados de chantagem, intimidação e vingança - e ainda virou um prato cheio para os tais "aliados experientes" negociarem alforria ou inocência com base na odiosa “governabilidade". (...)

(...) o PT tem que mostrar que para cada um acusado e investigado, existem centenas de outros filiados e admiradores que trabalham honestamente (...) tem que cortar na própria carne e na dos aliados oportunistas que hoje tiram o corpo fora, auto-declaram inocência e não o defendem.

Para isso, precisa renovar os quadros a tempo, rapidamente, ajudar Dilma a reverter o quadro atual e mostrar que pode voltar a contar com a credibilidade de quem simpatiza mais com a esquerda do que com a direita no Brasil.

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