23 SET 2024 | ATUALIZADO 18:43
MOSSORÓ
Amanda Nunes
10/09/2016 07:58
Atualizado
14/12/2018 09:11

Doe vida: Banco de Leite de Mossoró precisa de ajuda

Órgão possui demanda de 30 litros mensais, mas só coleta 15 litros, por isso precisa do apoio das mães mossoroenses
Sape/RN
O primeiro e essencial alimento para um recém-nascido é o leite materno. No entanto, muitas mães não conseguem, por motivos diversos, alimentar seus filhos com o próprio leite, contando, nesses casos, com o auxílio do Banco de Leite, que em Mossoró tem contribuído com essa causa há 13 anos.

Porém, mesmo com esse equipamento direcionado para o ato nobre, a luta para conseguir esse alimento é constante e diária. Atualmente o Banco de Leite de Mossoró tem uma coleta de 15 litros por mês, sendo que a demanda exige 30 litros mensais.

Para Edilene Torquato, diretora do órgão, o baixo número de mães doadoras é preocupante. “Neste ano mais de 12 mil mães receberam orientações sobre a importância do aleitamento e da doação de leite e mesmo assim ainda temos um número reduzido de doadoras”, enfatiza.

De acordo com Edilene, geralmente a doação acontece até os três meses após o parto. “Depois desse período as mães já retomam a rotina de trabalho, e muitas acham desconfortável ficar com a mama cheia, outras não gostam do cheiro do leite, outras não tem mais tempo para a ordenha, e à medida que não se estimula a mama diminui a produção, com isso chega ao fim o ciclo de uma doadora”, destaca.

A demanda mensal é de aproximadamente 40 bebês. A distribuição do leite obedece à portaria 322 do Ministério da Saúde, que estabelece um critério para quem deve receber o leite prioritariamente, sendo primeiro bebês prematuros de baixo peso e que não sugam; crianças com alergias alimentares, ou portadores de doenças que necessitem do leite para melhora do quadro.

A mãe/doadora Aline Linhares diz que doar é uma retribuição da bênção que é amamentar. “A minha filha engasgava muito devido ao excesso de leite, em uma noite comecei a retirar o excesso e pensei: não posso jogar isso fora! Pensando na necessidade de muitos bebês, e com o olhar de mãe, se colocando no lugar da outra, eu não quis jogar, só pensei em doar. Não podia descartar alimento e amor”, relata.

Segundo Edilene, a doação é simples, mas para garantir a qualidade do leite alguns critérios são exigidos, como por exemplo: a mãe estar saudável, amamentando o bebê e doando o excedente. O leite deve ser armazenado em frascos de vidro, normalmente nos vidros de café solúvel ou de maionese, esterilizados em água quente, e conservados no congelador com informações da mãe e data de ordenha.

Toda sexta-feira o carro do Banco de Leite passa fazendo a rota de recolhimento.  “Procuramos oferecer todo o conforto e infraestrutura para as doadoras. Claro, ainda são necessárias algumas melhorias, mas temos nos disponibilizados para ajudar”, comenta Edilene.

Neste ano, o Banco de Leite já teve ajuda de 140 doadoras, auxiliaram 165 bebês receptores, conseguindo 107 litros de leite e distribuindo 100, contando com uma reserva emergencial de 7 litros.

A quantidade de leite por bebê é variável, então, não importa a quantidade que seja doada, cada ml vai fazer a diferença na vida de quem precisa, e neste caso, o pouco se torna muito.
 
 

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