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SAÚDE
Cézar Alves e Josemário Alves
04/03/2015 08:02
Atualizado
13/12/2018 11:03

PC prende no RN um dos maiores estelionatários do Brasil

Suspeito já havia aplicado o golpe em Mossoró há 11 anos, deixando prejuízo superior a meio milhão e retornou em 2014 para fazer o mesmo, tendo sido descoberto e preso nesta terça-feira, 3

O comerciante Manoel Severino da Silva, de 53 anos, natural de São Vicente no Rio Grande do Norte, foi preso na tarde desta terça-feira, pelo delegado Anderson Tebaldi, de Tangará/RN, por ter aplicado o golpe da “Arara” em Mossoró e em várias outras cidades do Brasil.

Veja explicação em video do delegado José Vieira

Para o delegado José Vieira, da Delegacia de Defraudações de Mossoró, Manoel Severiano é um dos maiores estelionatários do Brasil. A atuação de Manoel Severino é classificada pelo delegado como extremamente danosa a todos que se relacionam com ele.

No caso, segundo o delegado, Manoel Severino chega numa cidade, aluga uma residência e forma uma associação. Nesta instituição, ele capta vários cadastros de pessoas e seleciona apenas aquelas que são mais fáceis de serem enganadas.

“Geralmente pessoas de cidades pequenas e que chegam a Mossoró em busca de estudos, trabalho e crescer na vida”, diz.

Depois o estelionatário compra uma empresa com o CNPJ limpo, muda o nome e sim instala, contratando exatamente estas pessoas humildes.

Já instalado, Manoel Severino pega os documentos dos funcionários abre conta bancária e pega o máximo de talões de cheques possíveis. No caso em Mossoró, o nome da empresa escolhido para o golpe foi Goiás Frios Carne, que fica na Alberto Maranhão, perto da CAERN.

“Mas neste lugar, o golpista não deixa material. Não deixa nada. Ele aluga outro galpão, geralmente num lugar de pouca movimentação para colocar as mercadorias compradas com os talões de cheques retirados das contas dos funcionários (vítimas)”, diz José Vieira.

Em Mossoró, Manoel Severino escolheu um depósito perto do Campus Central da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. “Ele comprou 3 toneladas de carnes usando os talões de cheques no nome dos funcionários”, conta.

Ocorre que uma das vítimas de Manoel Severino em 2004, quando ele aplicou pela primeira vez o ‘golpe da Arara’ em Mossoró, deixando um rombo superior a meio milhão de reais, o reconheceu e avisou ao delegado José Vieira, que imediatamente iniciou as investigações.

“Começamos as investigações, ele percebeu e fugiu. Conclui o trabalho e solicitei ao juiz da 2ª Vara Criminal a decretação da prisão preventiva, o que foi prontamente atendido. Recebemos informações que ele esteve em vários lugares, mas não conseguíamos prendê-lo”, conta.

Entretanto, nesta terça-feira, 3, José Vieira disse que soube que o Manoel Severino estava arquitetando o mesmo plano em Tangará, daí solicitou apoio do colega Anderson Tebaldi para prendê-lo, conforme determinou a Justiça Estadual, e transferi-lo para Mossoró.

O delegado e seus agentes prenderam o suspeito e na delegacia descobriu o golpe dele em Tangará. “As vítimas que ele já tinha feito em Tangará tentaram linchá-lo. Foi preciso até pedir reforço militar para a Delegacia de Polícia Civil”, acrescenta o delegado José Vieira.

Em Mossoró, além dos grandes comerciantes do ramo de carnes enganados, também foram vítimas todos os donos de estabelecimentos que alugaram seus imóveis a Manoel Severino. As pessoas que tiveram seus nomes usados, como estavam sendo ameaçadas, foram embora.

Manoel Severino vai ser indiciado por crimes de falsidade ideológica, estelionato, fraude e falsificação de documentos públicos, além de ser levado a julgamento também pelos mesmos crimes praticados em Mossoró há 11 anos, deixando um número enorme de vítimas.

Quanto aos processos nas outras cidades e estados, o delegado José Vieira disse que cada um terá que acionar a Justiça contra o suspeito.

Ao ser ouvido, Manoel Severino diz que não tinha intenção de enganar as pessoas. Disse que projetou um negócio que não deu certo. Alega que quebrou e ficou sem ter como pagar aos fornecedores. “Mas tudo isto é balela”, conclui o delegado José Vieira.

Notas

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