Há alguns meses foi denunciada pelo Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte (Sindipetro-RN) a venda dos poços maduros de petróleo do Rio Grande do Norte. Na época, a entidade chegou a afirmar que as negociações aconteciam de forma “secreta e obscura”. De acordo com Pedro Lúcio, secretário-geral do Sindipetro, essas negociações já estão na fase final e até agora pouco se fala sobre o assunto.
“O processo é completamente obscuro, já está indo para fase final e ninguém tem informações claras sobre valor, nem quem está participando do processo de compra. A Petrobras está deixando totalmente silencioso um processo que tem total relevância para nosso estado, e tem ligação direta com a geração de emprego e renda”, destaca Pedro Lúcio.
Segundo o Sindipetro, o que a estatal alega é os poços não dão rentabilidade, porém o Sindicato aponta que os poços em jogo são os de maior faturamento. “A própria Petrobras assume em entrevistas que os campos em questão são os mais rentáveis”, afirma Pedro Lúcio.
Além do grande impacto econômico para o Estado, não há possibilidades de que empresas menores consigam dar sequência à exploração, segundo o Sindipetro. “A saída da Petrobras prejudica a exploração das empresas menores, tendo em vista que ela é uma mola propensora para o ramo do petróleo. São através de recursos, equipe e material que as empresas menores conseguem se desenvolver”, explica o secretário-geral.
De acordo com Pedro Lúcio, as tentativas para barrar o processo já estão sendo feitas. “Já realizamos uma série de audiências, mais de 30 ações de manifestos e chamamos a sociedade civil para lutar contra essa venda. A população tem que entender o real impacto para economia local com a saída da Petrobras daqui”, ressalta.
Segundo o Sindipetro, a expectativa é que até dezembro deste ano as vendas sejam concluídas, mas até agora nenhuma informação oficial foi passada aos funcionários.