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MOSSORÓ
Da redação
03/11/2016 15:46
Atualizado
14/12/2018 08:23

Cláudio Santos afirma que Governo não sabe como são “gastos” milhões na UERN

Presidente do Tribunal de Justiça voltou a defender privatização da universidade. “O próprio Governo são sabe como esse povo gasta esse dinheiro”, disse o desembargador
Reprodução/Youtube

O presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), desembargador Cláudio Santos, voltou a defender a privatização da Universidade do Estado do RN (UERN). Dessa vez, as declarações foram dadas durante entrevista ao Jornal do Dia, exibido pela TV Ponta Negra.

Na conversa com a jornalista Margot Ferreira, o presidente afirmou que o Governo do Estado são sabe como são “gastos” R$ 317 milhões na UERN, orçamento esse, segundo o desembargador, previsto para este ano.

“O próprio Governo são sabe como esse povo gasta esse dinheiro. Nas reuniões que houve até agora os próprios secretários, os próprios auxiliares do governador disseram que não sabem como se gasta esse dinheiro. Não há um controle do Governo com esses R$ 317 milhões que são gastos na universidade”, disse.

Cláudio Santos complementou o ponto de vista, destacando que acredita que os recursos estejam sendo “gastos” da maneira mais honesta possível. “... não tenho dúvida sobre isso, mas o que nós queremos ver é o princípio da eficiência administrativa, essa é a questão que está posta em discussão, por favor, vamos manter a discussão em níveis racionais”, pontou.

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O desembargador ainda fez comparativos sobre investimentos na UERN e em áreas como saúde. “Os cofres do RN só dispuseram, no mês passado, de R$ 9 milhões para a saúde, para custeio, isso não dá nem para o Walfredo Gurgel, e como gasta R$ 30 mi (por mês) com universidade, quando não é papel do Estado ter universidade? Eu não quero que as pessoas reajam de forma rude, medieval, contra quem tem uma opinião diversa da de outras pessoas, respeito quem defende a estatização”, comentou.

Os números apresentados por Cláudio Santos, no entanto, são contestados pela própria UERN. De acordo com matéria publicada pelo jornalista Bruno Barreto, que é servidor da instituição de ensino, o custeio mensal da universidade é, em média, de R$ 1,4 milhão, excluindo a folha de pagamento que é de responsabilidade do Governo.

“Mesmo que se inclua a folha os investimentos na instituição não chegam a R$ 20 milhões segundo dados que chequei com pró-reitor adjunto de planejamento Adonias Vidal. Outro ponto abordado pelo magistrado é que a UERN custa R$ 317 milhões anuais. Até 28 de outubro (última atualização do sistema) os custos não ultrapassam R$ 183 milhões, incluindo a folha de pagamento que ocupa 94% do orçamento uerniano”, descreve o jornalista.

“Se a UERN fosse privatizada, como defende o presidente do TJ, esses servidores seriam deslocados para órgãos do Governo do Estado. Em resumo a economia seria de 0,01% no Orçamento Geral do Estado (TCE)”, conclui Bruno Barreto.

“Não quero ser crucificado”, diz desembargador
 
Na entrevista concedida ao Jornal do Dia, Cláudio Santos também afirmou que não “quer ser crucificado” por ter aberto a discussão da privatização. “Eu respeito a opinião diversa de quem pensa diferente, eu não quero ser crucificado por externado, aberto uma discussão no RN, muito embora eu não tenha absolutamente nada contra a universidade, mas não é papel do Estado ter universidade. Não é proibido, mas também é prioridade, prioridade é o ensino médio”, defendeu.

O magistrado também relatou que, caso a UERN seja privatizada, ela permanecerá “oferecendo cursos para estudantes carentes”, por meio de bolsas. “Se for privatizada, a universidade permanece lá, vai continuar oferecendo cursos aos estudantes carentes, eu proponho que os estudantes carentes recebam uma bolsa, não um empréstimo como o Fies, mas que o Governo pague uma bolsa”, finalizou.
 

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