Uma "indignidade absoluta", afirmou o presidente Michel Temer, em coletiva realizada na manhã deste domingo, 27, sobre a possiblidade de uma de suas conversas com o ex-titular da Cultura Marcelo Calero ter sido gravada pelo próprio ex-ministro.
"Com toda franqueza, gravar clandestinamente é desarrazoável. Um ministro gravar o presidente da república é gravíssimo, quase indigno", afirmou. E disse que jamaria teria coragem de gravar uma conversa com alguém.
Temer disse que desejar que venha à público a eventua gravação de sua conversa com Calero "para mostrar que não patrocinei nenhum interesse privado".
"Eu estava arbitrando conflitos, que é o que mais faço na presidência da república", afirmou.
Na entrevista coletiva, que teve participação dos presidentes da Câmara Rodrigo Maia (PMDB/RJ) e do Senado Federal, Renan Calheiros (PMBD/AL), realizada para o anúncio do veto à anistia ao caixa 2 no bojo do pacote das 10 medida contra a corrupção.
O presidente disse que foi feito um acordo institucional entre Executivo e Legislativo para garantir que não prosperará qualquer tentativa de anistiar crimes de caixa 2.
“Estamos aqui para revelar que, no tocante da anistia, há uma unanimidade dos dirigentes do Poder Executivo e do Poder Legislativo. Verificamos que é preciso se atender à voz das ruas, o que significa reproduzirmos um dispositivo constitucional que diz: o poder não é nosso; não é nem do presidente da República nem do Senado nem da Câmara. É do povo. Quando o povo manifesta a urgência, ela há de ser tomada pelo Poder Legislativo e igualmente pelo Executivo”, disse Temer ao abrir a coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.
Segundo ele, esse “ajustamento institucional” foi feito com vistas a “impedir a tramitação de qualquer proposta” que vise a chamada anistia. “Até porque essa questão da anistia, em um dado momento, viria à Presidência da República, a quem caberia vetar ou não vetar”, acrescentou.
Com informações Agência Brasil