O corpo do volante Gil, um dos 71 mortos no trágico acidente aéreio com a delegação Chapecoense, no início da semana, chegou a Nova Cruz, interior potiguar, na tarde deste domingo, 4 de dezembro.
Sob sol forte, milhares de pessoas se reuniram no ginásio Giovanna de Azevedo Targino, para se despedir do jogador. José Gildeixon Clemente de Paiva tinha 29 anos e deixa mulher e duas filhas, uma de cinco e outra de três anos.
A morte do volante é sentida por toda cidade. Moradores penduraram lenços pretos nas casas em sinal de luto, e muitos carregavam fotos do jogador. No corpo de Geraldo Madureira, irmão de Gil e ex-jogador, a camisa do Chapecoense é exibida com orgulho: "Eu estou para ver um homem igual a ele, não existe. Ele é um exemplo, só fica a saudade", conta.
Geraldo se emociona ao falar dos pais, de como receberam a notícia. "A maior dor da minha mãe foi não ter falado com ele a última vez que ligou, não ter dado a benção ao meu irmão, ela está inconsolável", se emociona.
O corpo do volante, que atuou entre outros clubes por Mogi Mirim, Ponte Preta e Coritiba, chegou ao estado às 13h30 em um voo de carreira.
Ao chegar em Nova Cruz, o corpo seguiu para a casa dos pais do volante, conhecidos na cidade como Dona Nina e Seu Geraldo.
O cortejo percorreu ruas da cidade, com muitos carros, motos e acompanhantes a pé. Ao chegar ao ginásio, foi recebido com uma salva de palmas. Segundo a Polícia Militar, três mil pessoas estiveram presentes. Entre elas, o Sr. Fernandes, que esperava desde 12h para dar o último adeus ao amigo de infância do filho.
"Ele e meu filho jogaram juntos, ele sempre foi muito querido, vim me despedir", diz Fernandes. Também prestaram homenagens Robinho e Rafinha, ex-companheiros de Gil na época do Coritiba.
Com informações do G1 RN