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ESTADO
Da redação
30/01/2017 14:29
Atualizado
13/12/2018 20:41

Inverno regular em 2017 não é suficiente para encher grandes reservatórios do RN

De acordo com o secretário Mairton França, mesmo com chuvas dentro da média este ano, maiores reservatórios do Estado não sangrarão, em virtude do período prolongado de seca
Maricelio Almeida/MH
Fevereiro se aproxima e com ele a expectativa do início da quadra invernosa na região Nordeste. Os meteorologistas esperam que a partir da segunda quinzena do mês, as chuvas possam acontecer em um volume superior ao registrado nos últimos anos. No entanto, mesmo que as precipitações pluviométricas ocorrem dentro da média, elas não serão suficientes para encher os grandes reservatórios de água do Rio Grande do Norte.

A afirmação é do secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Mairton França, que esteve em Mossoró na manhã desta segunda-feira, 30, participando o I Fórum Climático do Oeste Potiguar.

“A gente toma uma recarga, desde que as chuvas sejam numa quantidade e regularidade adequada, mas não acredito que encha grandes reservatórios, pois são cinco anos de seca. A gente espera que haja pelo menos uma recarga considerável para 2017”, destacou.

O meteorologista José Espínola, que também participou do Fórum, concorda com o secretário Mairton. Segundo o especialista, serão necessários pelo menos dois ou três anos de bom inverno para encher todos os reservatórios que estão secos ou em volume morto.

“Felizmente, após cinco anos de seca violenta, as condições chuvosas devem estar voltando ao normal a partir de 2017, indo até 2020, só que não pode ser da primeira vez que vamos ter chuva para encher todos os reservatórios que estão secos, são necessários dois ou três anos de inverno normal para gente conseguir novamente sangrar os reservatórios”, enfatiza.

Hoje, Dos 47 reservatórios do Estado, com capacidade superior a cinco milhões de metros cúbicos, monitorados pelo Instituto de Gestão das Águas (Igarn), 12 permanecem em volume morto, o que corresponde a 25% do total.
 
Outros 21 estão secos, o que equivale, em porcentagem, a mais 44%. Somando-se os números, 69% dos açudes continuam em estado crítico. Vale ressaltar que os volumes dos três maiores reservatórios do Estado continuam reduzindo.
 
A Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, maior reservatório do RN, com uma capacidade de 2,4 bilhões de metros cúbicos, atualmente possui 341,90 milhões de metros cúbicos, 14,25% do seu volume total.
 
“A Armando Ribeiro está numa situação muito complicada, com um pouco mais de 300 milhões de capacidade de água disponível para abastecimento de 37 cidades. Há uma previsão de volume morto, tanto da ANA quanto do DNOCs, para junho deste ano”, acrescenta Mairton França.
 
A barragem Santa Cruz do Apodi, com capacidade total de 600 milhões de metros cúbicos, está com 111,623 milhões de metros cúbicos, 18,61% do seu volume total.  Já Barragem de Umarí, em Upanema, com capacidade total de 292,8 milhões de metros cúbicos, está com 26,009 milhões de metros cúbicos, 8,88% do seu volume.
 
Ações de convivência com a seca
 
Diante do cenário de estiagem prolongada, algumas ações do Governo do Estado buscam minimizar o quadro de sofrimento enfrentado pela população das áreas mais atingidas, conforme relata o secretário Mairton França.
 
“Estamos sempre perfurando poços, temos sistemas de abastecimento autônomo, com poços e chafariz, sendo executados pelo programa Água para Todos. Temos ainda o programa Água Doce. Desde 2015 para cá fizemos manutenção de todos os dessalinizadores. Em Mossoró, entre 2015 e 2016, recuperamos 50 dessalinizadores”, resumiu o secretário.

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