30 ABR 2024 | ATUALIZADO 11:59
POLÍTICA
Da redação
24/05/2017 18:31
Atualizado
13/12/2018 15:49

Desvios de R$ 19,3 milhões do IDEMA tiveram o "sinal verde" do marido de Rosalba, diz delator

Informação está na denúncia do procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Norte contra o principal beneficiado do esquema de corrupção que desfalcou o IDEMA em quase R$ 35 milhões
Ao denunciar na Justiça o deputado estadual Ricardo José Meireles da Motta, o Ministério Público Estadual expôs trechos da delação premiada de Gutson Johnson Giovany Reinaldo Bezerra, detalhando como fez para, juntamente com os servidores Clebson José Bezerril e Euclides Paulino de Macedo Neto, desviar R$ 19.321.726,13 do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente – IDEMA/RN nos anos de 2013 e 2014.

No detalhamento, Gutson Reinaldo disse que foi colocado no cargo de diretor administrativo do IDEMA pelo então vice-governador Robinson Faria e hoje governador Robison Faria, mas que quando este rompeu politicamente com a então governadora Rosalba Ciarlini, hoje prefeita de Mossoró, ficou no cargo de diretor adminitrativo do IDEMA a pedido do deputado Ricardo Motta, então presidente da Assembleia Legislativa.

E que este acerto para ele ficar no cargo ou até mesmo assumir a direção-geral foi negociado com a então governadora e o marido dela.

“QUE um dia depois da primeira reunião com RICARDO MOTTA, o colaborador foi a uma reunião com CARLOS AUGUSTO ROSADO, marido da então Governadora ROSALBA CIARLINI, na qual foi confirmada a continuidade do colaborador no IDEMA/RN; QUE, na ocasião, CARLOS AUGUSTO ROSADO deu  “sinal verde” para que o colaborador atendesse aos interesses financeiros e arrecadatórios de RICARDO MOTTA;“

Após receber o “sinal verde” do marido da então governadora, Gutson Reinaldo recebeu como missão de Ricardo Motta desviar R$ 11 milhões do IDEMA para ele pagar as contas de campanha em 2012 e também concorrer em 2014. Gutson informa que arquitetou tudo para tirar os recursos do IDEMA de duas contas oficiais e colocar numa conta secreta, aberta por ele, para facilitar as retiradas de recursos sem que os órgãos de controle não percebessem.

Daí bastou forçar contratos com empresas controladas por eles e começar os desvio dos recursos, tudo minusiosamente detalhado na Ação Criminal movida pelo MPRN contra os envolvidos.

Veja AQUI.

“QUE, nesse contexto, o colaborador (Gutson Reinaldo, que é de Mossoró) atuou no sentido de gerar recursos de propina para RICARDO MOTTA; (...); QUE essa situação perdurou até o final de 2014, quando o Banco do Brasil se negou a efetuar um pagamento com base em um ofício do IDEMA/RN;” emitido por Gutson Reinaldo e seus comparsas.

No mesmo trecho da delação premiada, Gutson detalha como era feitos dos desfios. Armaram quatro formas principais de retirar dinheiro da conta:
“a) pagamentos indevidos realizados com base em simples ofícios;
b) fraudes em licitações, contratos e convênios administrativos, inclusive os relacionados a compensações ambientais;
c) recebimento de vantagens indevidas em razão de licenciamentos ambientais;
d) recebimento de vantagens indevidas em razão da lavratura de autos de infração;

QUE os valores ilícitos recolhidos pelo colaborador eram repassados em espécie a RICARDO MOTTA; QUE esses repasses ocorreram por meio de contatos diretos e pessoais com RICARDO MOTTA, no próprio prédio do IDEMA/RN, no anexo da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, na Coordenadoria Jurídica Judicial Página 25 de 66 residência de RICARDO MOTTA e em outros locais públicos, como no lado de fora do Hospital do Coração, no final de 2014, em ocasião na qual RICARDO MOTTA fora atendido na unidade hospitalar em questão;”


Na açáo, em vários trechos, o procurador geral Rinaldo Reis de Lima deixa escrito que existe várias outras investigações e procedimentos em andamento, não especificando se entre estes procedimentos está se apurando o envolvimento da então governadora Rosalba Ciarline e seu marido que era chefe de gabiente dela na época dos desvios. Se existir, estes procedimentos correm em segredo de Justiça, pois ela tem foro privilegiado.

Na Assembleia Legislativa, era público e notório que com o afastamento de Robinson Faria, a então governadora e seu marido Carlos Augusto usaram o IDEMA para "convencer" o então presidente da Assembleia Legislativa Ricardo Motta a apoiar o governo dela, que passava, naquela ocasião, por um período muito dificil, inclusive com pedido de impeachment na mesa diretora da Assembleia para ser definido, se levava adiante ou não contra a governadora Rosalba.

Este pedido foi arquivado.
 

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