Os exames feitos pelo Instituto Pasteur, de São Paulo, confirmam que a raiva humana é a causa da morte de uma dona de pet shop do Recife, ocorrida na noite de quinta-feira (29), no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), na área central da capital pernambucana. A informação é do portal G1 de Pernambuco.
Desde 2004, não havia registro de raiva canina ou felina no Recife. O último caso da doença em humanos na capital tinha sido notificado em 1998. Em Pernambuco, o registro anterior foi de um garoto, diagnosticado com a doença em 2008. Morador de Floresta, no Sertão, ele levou uma mordida de um morcego. O adolescente sobreviveu e o caso se tornou a primeira ocorrência de cura de raiva humana no Brasil.
De acordo com a médica Ana Flávia Campos, no caso da dona do pet shop Adriana Vicente da Silva, foram enviadas ao instituto amostras de saliva, sangue, líquido encéfalo-raquidiano e pele. “Podemos afirmar que os testes confirmam que a raiva humana foi a causa da morte da paciente”, disse.
Campos ressalta que os testes mostraram, ainda, que a vítima foi infectada por uma variante do vírus da raiva comum em morcegos.
“Podemos entender que o morcego infectou o gato, que transmitiu a doença para a mulher”, observou a médica.
O laudo ficou pronto no sábado (1º). No entanto, os médicos que cuidaram da paciente só tiveram acesso aos resultados na manhã desta segunda.
Entenda o caso
Em 26 de abril, a vítima havia sido agredida por um gato na mama direita, mas não tinha procurado nenhuma unidade de saúde. No dia 18 de junho, apresentando sintomas, ela foi internada no Hospital Agamenon Magalhães, no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife.
Com o agravamento do quadro, ela foi transferida para o Huoc na segunda (26). Desde então, os médicos da unidade passaram a investigar se a paciente havia contraído raiva humana.
Raiva em humanos
A raiva é uma doença de origem viral transmitida, em geral, por mordidas de animais, arranhão ou mesmo lambida. Uma vez mordidas, as pessoas devem tomar vacina e soro logo após o incidente que teria ocasionado a transmissão do vírus. Mas, quando esse sistema não é bem aplicado ou o paciente não toma as vacinas, a doença se desenvolve, causando inflamações no cérebro e na medula. Quando isso acontece, a maioria dos pacientes não sobrevive.
Fonte: G1 Pernambuco