O neurocientista Miguel Nicolelis aproveitou evento em defesa da democracia esta semana, em favor da candidatura do presidenciável Fernando Haddad, para relembrar um pouco de sua história. “É um grande prazer estar aqui como cientista brasileiro, curiosamente, 40 anos depois de eu estar ali na rua. A minha faculdade de Medicina e a PUC haviam sido invadidas e tomadas no meio da ditadura militar, e eu mal poderia imaginar que, 40 anos depois, eu estaria aqui tentando defender a permanência do regime democrático brasileiro com meu voto para que os meus filhos e os meus netos não tenham que viver o que os meus pais e a minha família viveu”, disse.
No Tuca, o cientista também enalteceu que são poucos o os países que têm o privilégio de, em uma eleição presidencial ter como candidato um professor. "Poucos países têm a chance de eleger o maior ministro da Educação da história do Brasil. Poucos têm a chance de fazer da vice-presidência do país um tributo à força e à pujança da mulher brasileira”, afirmou. “Poucos países têm a chance de construir uma democracia tropical que olhe para todos, sem diferença de cor, credo, orientação sexual e até de visão futebolística. Esse é o Brasil”.
O evento, que contou com a presença de diversas autoridades lembrou que há pouco anos percebia que o Brasil era considerado a esperança do mundo e que seria o único país, possivelmente, que tinha a chance de construir uma verdadeira democracia para todos.
“Hoje, nesta bifurcação histórica, eu peço a todos os brasileiros, a todos os alunos que usaram o Prouni para entrar na universidade, todos os alunos de pós-graduação, todos que fizeram seu mestrado e doutorado graças às bolsas concedidas pelo Ministério da Educação sob a regência do Fernando, todos os professores contratados pelo maior programa de contratação de professores docentes do mundo, o Reuni, eu peço a todos os estudantes que eu encontrei pelo mundo nos meus 25 anos de cientista, nos últimos 15 anos, com bolsas do Ciência sem Fronteiras, eu peço a todos os cientistas, homens e mulheres deste país, que lembrem: esta é a bifurcação também da ciência brasileira. Porque, dependendo do resultado da eleição, ela não existirá mais. E um país sem ciência é um país condenado à perda da cidadania”, afirmou durante o evento.