28 NOV 2024 | ATUALIZADO 15:31
POLÍTICA
DA REDAÇÃO E AGÊNCIA O GLOBO
19/12/2018 09:12
Atualizado
19/12/2018 09:12

Robinson e Fábio Faria são alvos de investigação de pagamentos indevidos da JBS

JBS compro apoio político de Kassab e do PSD por meio de doações oficiais, com notas fiscais avulsas, além do pagamento de R$ 5,5 milhões para a Yape. Parte dos valores teriam como beneficiados o governador Robinson Faria e o seu filho.
A Polícia Federal (PF) cumpriu um mandado judiciais relacionadas ao governador Robinson Faria (PSD), e ao filho dele, o deputado federal Fábio Faria (PSD-RN)
Divulgação

A Polícia Federal (PF) cumpriu um mandado judiciais relacionadas ao governador Robinson Faria (PSD), e ao filho dele, o deputado federal Fábio Faria (PSD-RN), autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes , do Supremo Tribunal Federal ( STF ), que investiga pagamentos feitos pela JBS a políticos entre 2010 e 2016.

A operação de busca e apreensão no também ocorreu no apartamento do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab(PSD), nos Jardins, bairro nobre de São Paulo, na manhã desta quarta-feira. No Rio Grande do Norte, as medidas

Atendendo a pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, Moraes ainda determinou a quebra dos sigilos bancário e telefônico do ministro e concordou com buscas nas empresas da família de Kassab.

Em delação premiada, o empresário Wesley Batista disse que, no período investigado, a empresa pagou a Kassab uma mesada de R$ 350 mil para contar com a influência do político em "alguma necessidade futura" .

Ainda de acordo com a delação de Wesley, a mesada a Kassab era paga por meio da empresa Yape Assessoria e Consultoria, da qual o ministro é sócio. Outro executivo da J&F, Ricardo Saud relatou que, nas eleições de 2014, o PT comprou o apoio político de Kassab e do PSD por meio de doações oficiais, com notas fiscais avulsas, além do pagamento de R$ 5,5 milhões para a Yape. Parte dos valores teriam como beneficiados o governador Robinson Faria e o seu filho.

"Suspeita-se que os valores eram recebidos por empresas, através da simulação de serviços que não foram efetivamente prestados e para os quais foram emitidas notas fiscais falsas", afirma nota da PF.

As informações obtidas com as diligências serão usadas para instruir inquérito aberto no STF para investigar suspeitas levantadas contra Kassab nas delações de executivos da J&F, controladora do frigorífico JBS.

Kassab sempre negou as irregularidades. Como não havia ninguém no apartamento de Kassab até 7h30, os agentes federais tiveram que esperar a chegada de uma secretária de Kassab com as chaves do imóvel. Uma hora depois, eles deixaram o local carregando documentos.

Ao todo, foram expedidos oito mandados judiciais. Agentes federais também estiveram na manhã desta quarta-feira em empresas da família de Kassab em São Paulo, São Bernardo do Campo e São José do Rio Preto.

Kassab também já foi citado na delação da Odebrecht. Executivos da empreiteira relataram à PF que pagaram R$ 21 milhões em caixa dois durante a campanha de Kassab para a Prefeitura de São Paulo em 2008 . A delação levou o político a virar réu em uma ação de improbidade no Tribunal de Justiça de São Paulo em setembro.

Os valores teriam sido cobrados por Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, apontado como operador do PSDB, e também investigado na Lava-Jato paulista.


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