28 NOV 2024 | ATUALIZADO 09:54
POLÍTICA
AGÊNCIA O GLOBO
24/01/2019 15:26
Atualizado
24/01/2019 17:58

Jean Wyllys diz que não vai assumir novo mandato na Câmara por causa de ameaças

Através das redes sociais, o deputado disse que a decisão foi baseada em uma questão estratégica e deu a entender que pretende seguir atuando a favor das causas que já defende (ele é homossexual assumido e costuma lutar pelos direitos da população LGBT)
O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) anunciou nesta quinta-feira que não assumirá o novo mandato para o qual foi eleito e que está fora do país, com medo de ameaças a própria vida que diz ter recebido nos últimos meses
Alex Ferreira / Câmara

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) anunciou nesta quinta-feira que não assumirá o novo mandato para o qual foi eleito e que está fora do país, com medo de ameaças a própria vida que diz ter recebido nos últimos meses. A informação foi confirmada ao GLOBO pela assessoria do parlamentar. Jean estava na Câmara dos Deputados desde 2010 e foi reeleito pela terceira vez em outubro do ano passado. Desde o assassinato da vereadora Marielle Franco, de quem era colega de partido, ele só andava com carro blindado e estava sob escolta policial.

Através das redes sociais, o deputado disse que a decisão foi baseada em uma questão estratégica e deu a entender que pretende seguir atuando a favor das causas que já defende (ele é homossexual assumido e costuma lutar pelos direitos da população LGBT).

"Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé!", escreveu Jean.

Quem deve assumir a cadeira de Jean na Câmara é alguém do próprio PSOL. O suplente é David Miranda, que é vereador do Rio de Janeiro desde 2017.

Em entrevista ao GLOBO em novembro, logo após o segundo turno das eleições, o deputado contou que passou a utilizar escolta policial para andar nas ruas por causa das ameaças que recebeu de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Wyllys fez oposição intensa ao presidente eleito e chegou a cuspir nele, em 2016, após discussão durante a votação do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara.


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