26 ABR 2024 | ATUALIZADO 20:04
MOSSORÓ
09/07/2019 12:22
Atualizado
09/07/2019 12:28

Mossoró perderá unidade da Defensoria Pública da União por falta de servidores

A DPU terá que devolver ao Executivo 63% dos servidores que atuam no órgão e a unidade de Mossoró será fechada por falta de pessoal. Na cidade o órgão é o principal acesso de pessoas com baixa renda a leitos de UTI, bem como Aposentadoria por Invalidez.
FOTO: REPRODUÇÃO

A Defensoria Pública da União (DPU) vai fechar as portas em Mossoró, única cidade em que está presente no interior potiguar e sede de uma das cinco penitenciárias federais do país. O atendimento ficará restrito a Natal.

A medida consta no plano emergencial a ser executado, caso a instituição, que é autônoma, não consiga reverter decisão do Poder Executivo, que estabeleceu a data de 27 de julho de 2019 como prazo final para devolução dos 828 servidores em atuação no órgão.

Os requisitados, como são chamados, representam 63% da força de trabalho administrativa nas 70 unidades da DPU pelo Brasil.

Para não fechar as portas no interior, a DPU depende agora de edição de Medida Provisória que estenda a permanência dos servidores na instituição ao menos até a aprovação do Projeto de Lei 7.922/2014 no Congresso Nacional, que prevê a criação da carreira administrativa da DPU, mas que até hoje não foi apreciado em Plenário na Câmara dos Deputados.

Em 23 de maio, a DPU enviou ofício à Casa Civil da Presidência da República demonstrando a urgência e relevância da situação, com o intuito de garantir solução política para a questão por meio de MP.

A DPU foi criada em 1995 em caráter emergencial e provisório. Desde então, depende dos servidores requisitados para funcionar. Além dos 645 defensores públicos federais, a DPU conta com 487 cargos providos oriundos do Plano Geral de Cargos do Poder Executivo (PGPE), servidores públicos federais que fizeram concurso específico para o órgão.

Todos os demais pertencem ao Executivo, que tem ao todo 621 mil servidores. Os requisitados da DPU representam 0,13% dos cargos do Executivo. A título de comparação, o Ministério Público da União (MPU) conta com força de trabalho administrativa de 10 mil pessoas.

Em 2014, foi aprovada a Emenda à Constituição (EC) 80, que estabeleceu prazo de oito anos (2022) para que todo município com sede da Justiça Federal contasse também com a presença da DPU.

Atualmente, a instituição está em menos de 30% dos municípios em que deveria estar e chega a 55% dos 75 milhões de brasileiros com renda familiar de até R$ 2 mil.

Com o fechamento das unidades do interior, o alcance cairá para 34% desse público. O percentual representa quase 50 milhões de pessoas de baixa renda sem possibilidade de acesso integral e gratuito à Justiça Federal.

Em Mossoró a DPU é responsável pela Central de Regulação de Leito e é o principal ponto de apoio para que pessoas humildes, que não têm condições de pagar, tenha acesso facilitado a leitos de UTI.

O órgão também é meio de acesso a Aposentadoria por Invalidez para pessoas com doenças tais como cegueira, microcefalia, deficiência mental ou paralisia irreversível, por exemplo.

SOBRE A DPU

A DPU é instituição permanente e autônoma, essencial à função jurisdicional do Estado, criada para resguardar o direito das pessoas de baixa renda no âmbito da Justiça Federal.

A maior parte das demandas da população diz respeito ao direito previdenciário e ao direito à saúde (medicamentos, leitos em UTI, tratamentos).

A DPU atua também perante grupos socialmente vulneráveis, como pessoas em situação de rua, idosos, pessoas com deficiência, mulheres, população LGBTI, indígenas, migrantes, refugiados e catadores de recicláveis.


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