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SAÚDE
Da redação
03/09/2015 11:53
Atualizado
13/12/2018 19:43

Comitê define renovar decreto de emergência no RN

Principais reservatórios de água doce do Rio Grande do Norte ou estão secos ou em estado crítico, como é o caso da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, no Vale do Açu

O Comitê de Combate a Seca no Rio Grande do Norte se reuniu no início da tarde desta quinta-feira, 3, na Governadoria, em Natal para definir como vão abastecer as cidades que sofrem com a falta de água em função da seca. Na ocasião, o Comitê decidiu por renovar o decreto de emergência estadual em 153 municípios do Rio Grande do Norte.

A seca já afeta diretamente abastecimento humano em dezenas de cidades do Rio Grande do Norte. O abastecimento animal tanto com água como por alimentos também já está prejudicado. A chefe de Gabinete do Governo Robinson Faria, advogada Tatiana Cunha, se mostrou preocupada com o quadro que se formou em função da seca no RN.

Na região do Alto Oeste do Rio Grande do Norte, além da safra não ter vingado no inverno de 2014 e 2015, os principais reservatórios estão em estado crítico. A Barragem de Santa Cruz, em Apodi, que tem capacidade para armazenar até 600 milhões de metros cúbicos de água, está com menos de 30% de sua capacidade. A Barragem de Pau dos Feros secou.

 O prefeito Fabrício Torquato, de Pau dos Ferros, disse comprou várias cisternas e vai perfurar pelo menos 40 poços para abastecer a cidade em parceria com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH). O quadro é também calamitoso na cidade Serrana de São Miguel, que segue o exemplo de Pau dos Ferros para abastecer a cidade.

Em contato com o MOSSORÓ HOJE, o secretário Mairton França, da SEMARH, declarou que o Governo do Estado, em parceria com os muicípios já perfurou 300 poços e a meta é chegar a 500 até o final do ano. Em Pau dos Ferros, por exemplo, serão perfurados 20 poços. Deste total, já foram abertos 10, sendo que deu água em 80%.

Na região Seridó, o quadro é também de muita preocupação. O prefeito Roberto Germano, de Caicó, disse que o Açude do Itans, de onde a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte retira água para abastecer a cidade, está com menos de 5% de sua capacidade total de armazenamento. A solução será recorrer a perfuração de poços profundos.

Na região de Acari e Currais, a água se acabar em menos de dez dias, informa a CAERN. O Açude Gargalheiras está praticamente seco. As autoridades locais também estão falando em abastecer as cidades com água de poços, porém isto é incerto. Apostam no carro pipa, sendo este meio de abastecimento, onde seria coletado a água.

A senadora Fátima Bezerra foi procurada pelas lideranças políticas da região Seridó para agilizar um audiência com o ministrio Gilberto Occhi, da Integração Nacional, para tratar do colapso no Seridó. A reunião ficou agendada para quarta-feira da próxima semana em Brasília. Fátima Bezerra também se mostra muito preocupada com o quadro de seca no RN.

O maior reservatório de água doce do Rio Grande do Norte, Açude Armando Ribeiro Gonçalves, está também com menos de 30% de sua capacidade total de armazenamento de 2,4 bilhões de metros cúbicos de água. A Agência Nacional de Águas inclusive informou há poucos dias que vai adotar medidas para priorizar o abastecimento humano.

 Na região de Mossoró, o coordenador da Defesa Civil, Carlos Paiva, que faz parte do Comitê Gestor da Seca, declarou que as dificuldades já se aproximam de Mossoró, considerando que já falta água na área rural, assim como alimentos para os rebanhos. Ele lembra que mais de 30% da cidade é abastecido com água do Rio Piranhas/Açu, perenizado pela Barragem Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves, que está com menos de 30% de sua capacidade.

O sistema adutor que está sendo instado pelo Governo do Estado para abastecer Mossoró com água da Barragem de Santa Cruz ainda não foi concluído. Mas se tivesse, ainda assim, não teria água suficiente para abastecer o que se propõe em Mossoró em ano de seca. A situação, para Tatiana Cunha, é de extrema preocupação para as instituições de governo devido a escassez de recursos provocada pela crise mundial que afetou o Brasil, os estados e os municípios.

Na reunião desta quinta-feira, ficou acertado que as equipes de Defesa Civil de cada Município vão elaborar seus planos e vão se reunir na próxima terça-feira, novamente na Governadoria, em Natal, para definir como serão levados estes pleitos ao Governo Federal. A princípio, fala-se em uma mudança na roda dos carros pipas que já estão atuando no Rio Grande do Norte.

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