O médico obstetra Alexandre Arruda usou seu perfil em uma rede social para fazer um emocionante relato sobre a situação do Hospital Maternidade Almeida Castro, na cidade de Mossoró, há 12 anos, em comparação ao cenário observado por ele nos dias atuais. Saiu de um quadro angústia para uma situação confortável de tratamento de bebês prematuros.
A declaração do obstetra foi quando aconteceu a reabertura da Unidade de Cuidados Intermediários Convencionais (UCINCo), semana passada. O mesmo já aconteceu com a Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINCa), Unidade de Terapia Intensiva (UTIN), entre vários outros setores do Hospital Maternidade Almeida Castro.
O trabalho de intervenção judicial começou em 2014, com os cuidados de Larizza Queiroz, que encontrou a unidade fechada, com dívidas milionárias a fornecedores, servidores e a prestadores de serviços, além de equipamentos velhos, estrutura hidráulica e elétrica comprometida e o próprio prédio totalmente impróprio para funcionar de uma maternidade.
Após cinco anos de intervenção judicial, o Hospital Maternidade Almeida Castro foi totalmente transformado.
O obstetra Alexandre Arruda lembra que assim que voltou da residência médica e passou a atender nesta maternidade a equipe sofria com a falta de estrutura para atender bebês prematuros.
“Neste tempo, a Maternidade Almeida Castro contava com uma incubadora para recém nascido. Bebés prematuros vinham de Mossoró e de todas as cidades próximas de Mossoró e a nossa sensação de incapacidade, por não poder cuidar adequadamente de um prematuro, era grande", narra o médico.
Alexandre Arruda relatou a angústia de saber que só poderia contar com uma única incubadora para atender a vários bebês que nasciam por semana.
Segundo ele, os prematuros que estavam em condições adequadas, eram encaminhados para Natal. Os que nasciam mais debilitado e não aguentariam a viagem, precisavam ficar na maternidade e contar com o improviso dos médicos.
“Só tínhamos uma incubadora!! O que fazer com uma incubadora e 05 ou 06 prematuros que iriam nascer por semana? Só tinha uma coisa a fazer: encaminhar para Natal quando ainda tinha tempo. E os que não iriam conseguir chegar a Natal? Esses ficavam conosco, por aqui. Na sorte de conseguir sobreviver num berço improvisado, numa vaga da incubadora que talvez aparecesse”, contou o médico.
Nos dias atuais, Alexandre Arruda comemora o fato de as coisas terem mudado, para melhor, ao longo dos anos do período de intervenção judicial (de outubro de 2014 aos dias atuais).
De acordo com ele, ao realizar as ultrassonografias dos prematuros do berçário (UCinco) semana passada, procedimento que faz todas as semanas, não pode deixar de admirar a unidade, que hoje conta com mais de 15 leitos (incubadoras) novos.
“Realmente não poderia deixar de comentar aqui, a minha alegria em registrar uma melhora significativa na assistência neonatal para a nossa comunidade e cidades vizinhas. Gostaria de parabenizar a Direção da Maternidade Almeida Castro, bem como o corpo de enfermagem pelo trabalho, empenho e dedicação. Vocês realmente estão mudando a vida de vários prematuros que batem à nossa porta”, concluiu Dr. Alexandre.
Dados
O Hospital Maternidade Almeida Castro atualmente realiza uma média de 20 partos ao dia, sendo que 49% de Mossoró e 51% de mais de 70 municípios do Oeste do RN, Alto Sertão da Paraiba do Vale do Jaguaribe, do Ceará.
Deste total, 25% dos bebês nascem prematuros ou com baixo peso, necessitando essencialmente da UTIN, UCINCo e UCINCa para conseguir ganhar peso e crescer com saúde. São 50 leitos com taxa de ocupação girando em torno de 95%.