Representantes do Governo Federal e do setor elétrico nacional defenderam, nesta segunda-feira (7), o aperfeiçoamento do uso do combustível no país.
Eles participaram de audiência pública no Senado que debateu o Projeto de Lei 454/2017, que estimula o uso de veículos elétricos e daqueles movidos exclusivamente por biocombustíveis.
O texto apresentado pelo senador Telmário Mota proíbe, a partir de 2060, a comercialização de veículos novos ligados a combustíveis fósseis no Brasil. O projeto estabelece ainda um escalonamento a partir de 2030.
A medida, apresentada pelo parlamentar roraimense, segue a tendência mundial. Países como França e Reino Unido estabeleceram que até 2040 deixarão de ser vendidos carros novos a diesel ou gasolina. Já na Noruega, o prazo fixado foi até 2025.
Segundo o relator da proposta, senador Jean Paul Prates, o país precisa criar mecanismos que incentivem o uso de veículos híbridos e conciliem a eletromobilidade com os biocombustíveis.
“Vamos caminhar para o debate sobre a mobilidade sustentável e renovável. As nossas matrizes e fontes devem se mesclar para que façamos um uso ideal delas”, afirmou.
Para o secretário de Empreendedorismo e Inovação do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Paulo Alvim, o Brasil precisa rediscutir o uso do combustível renovável e sustentável.
“O mundo tem que discutir prazos, nós não precisamos fazer isto. Temos que aproveitar essa janela de oportunidade para debater a política de mobilidade e a produção do combustível renovável e sustentável”, disse.
SETOR
A comercialização de veículos híbridos e elétricos vem crescendo nos últimos anos no país. Dados divulgados pelo diretor de estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) vinculada ao Ministério de Minas e Energia, José Mauro Ferreira Coelho, apontam um crescimento no número de veículos elétricos no país nos próximos anos.
Os números mostram que até 2030, o Brasil terá 1 milhão de veículos elétricos. Em 2016, o país teve apenas 1.091 veículos licenciados. A tendência, até 2030, é de 180 mil por ano.
Durante o debate, o presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), Ricardo Guggisberg, defendeu a criação de um plano nacional de eletromobilidade no país.
“Todos os países que avançaram na eletromobilidade seguiram um conjunto coerente e consistente de medidas, em todos os níveis de governo, para atingir um duplo objetivo: reduzir as emissões dos gases do efeito estufa e cortar os poluentes atmosféricos das grandes cidades”, disse.
Guggisberg ressaltou ainda algumas conquistas obtidas pelo setor, como o lançamento do primeiro carro híbridos/flex produzido no país e algumas medidas adotadas por governantes que estimularam a comercialização de veículos híbridos e elétricos no Brasil.
“Temos de pensar não apenas em empregos, desenvolvimento e tecnologia, mas no futuro que queremos garantir para nossos filhos e netos”, afirmou.
Também participaram do o presidente da Associação Brasileira de Fabricantes e Portadores de Ciclomotores e Similares, Maurício Siqueira Francisco, e o diretor Técnico da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Henry Joseph Jr.