A visita do presidente Jair Bolsonaro a Mossoró nesta quinta-feira (11) já movimenta os bastidores da Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA), sobretudo, quanto aos pré-candidatos à reitoria da instituição na sucessão do atual reitor José de Arimatéia de Matos. O presidente vem a Mossoró acompanhado dos ministros, Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública), , Tereza Cristina (Agricultura) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e pretende apresentar projetos na área de pesca envolvendo a universidade.
O clima da eleição para a escolha do novo reitor da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) está esquentando. Embora a eleição tenha um caráter de consulta que será submetida ao crivo do presidente Jair Bolsonaro, as movimentações ocorrem nos bastidores, antes da homologação oficial das candidaturas, prevista para o início do mês que vem. Pelo menos, três candidatos saem da atual gestão, por dissidência ou por estratégia velada.
Um deles é o pró-reitor Rodrigo Sérgio, que foi exonerado junto a seus auxiliares, e assim, se colocaram como oposição ao candidato do reitor José de Arimateia de Matos, Rodrigo Codes. Em entrevista ao Jornal de Fato, em janeiro, Sérgio foi considerado como um opositor dentro da gestão atual e considera-se um estrategista ao ter participado efetivamente da coordenação das duas campanhas anteriores e referendadas pelos governos petistas. O vice de Sérgio é o professor Almir Mariano, ex-presidente do Crea.
Por sua vez Codes, o nome oficial da atual gestão, é engenheiro e foi pró-reitor de Graduação, onde somente através deste cargo, conseguiu se apresentar aos ufernianos. Com pouco trânsito social e político, é cearense com reduzido contato com os setores mais produtivos do RN, visto dedicar-se mais fortemente à pesquisa.
Rodrigo Codes também é do Centro de Engenharias e tem como vice o professor Edcarlos, do campus de Angicos, após um acordo para que deixasse de postular a vaga de diretor do campus para abrir espaço para uma aliada.
Outro professor que concorrerá a vaga, também como vertente da gestão atual, é o professor Jean Berg, que foi coordenador de pesquisa e de projetos de pós-graduação. Mais voltado para a pesquisa e com pouca relação política, é um médico-veterinário que tornou-se mais conhecido na gestão de Arimatéia, mas também é um dissidente da gestão atual, após não ser o escolhido para compor a chapa da situação. A sua vice é a professora Subênia, da Física.
O ex-reitor Josivan Barbosa, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas, tem intenções políticas desde quando se candidatou pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e se colocou como vice na chapa de Larissa Rosado nas eleições de 2012.Sua vice é a professora e médica veterinária Nilza Dutra, do Centro de Agrárias. Josivan busca retornar à reitoria, após oito anos, mesmo diante do seu afastamento da universidade. Tem a seu favor a experiência, mas tem contra a renovação importante do corpo docente e discente que desconhece o seu nome.
Por sua vez, a professora Ludimilla Oliveira , que este mês tomou posse na Academia Mossoroense de Letras (AMOL) é diretora do Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas e escolheu a experiência do professor Roberto Pordeus, do Centro de Engenharias, para compor sua chapa. Ludimilla é conhecida por seu trânsito político, mas sem ligação partidária, com carreira eletiva dentro da instituição. A professora também é reconhecida em outras academias e tem atuação junto ao Presídio Federal e relações políticas de diferentes tendências.
Pordeus tem trânsito nos campi de Angicos e Caraúbas, onde coordenou a implantação de ambos, sem contar com Pau dos Ferros, onde além de implantar o campus, também foi diretor provisório entre 2011 e 2012. A postura política equilibrada do professor também é um fator agregador à campanha da professora, que se candidata pela segunda vez.
A consulta que escolherá a lista tríplice está prevista para 15 de abril.