Doze animais ruminantes morreram no Campus Central da Ufersa, em Mossoró. Este número foi atualizado por volta das 10h desta sexta-feira (13).
De acordo com a professora Débora Façanha, do Departamento de Ciências Agrárias, as mortes dos animais começaram no domingo (8). Eles estão abrigados no Núcleo de Estudos e Pesquisa em Pequenos Ruminantes do Centro de Ciências Agrárias da Universidade.
O problema é que o local encontra-se em condições insalubres, tanto para os animais, quanto para alunos e professores que atuam no setor.
A professora explicou que no dia 5 de fevereiro ela, juntamente com outros professores, identificou que o setor precisa de cuidados como limpeza das instalações e algumas reformas de locais que estavam significando risco a integridade física dos alunos.
“Um aluno nosso do curso de Zootecnia feriu o olho em um arame que estava no setor. Então nós chamamos o responsável técnico, informamos a ele e ele não tomou as medida que deveria ter tomado em tempo hábil e o que aconteceu foi que de domingo para cá, morreram 12 animais”.
Débora contou que foi informada sobre a morte do primeiro animal na tarde do domingo. Na semana anterior ela disse que já havia alertado ao responsável pelo setor que tinha animais que precisavam ser levados para o Hospital Veterinário e ele não levou, causando a morte.
“Eu quero que fique claro que nós temos um Hospital Veterinário com corpo técnico bem qualificado, competente e que sempre nos atende, agora o que acontece é que os animais não estavam chegando no Hospital. Pra você ter uma ideia, eles foram transferidos hoje e a primeira morte aconteceu no domingo, hoje é sexta, depois de morrerem 12 animais é que eles foram transferidos” disse a professora.
Segundo Débora, por diversas vezes o diretor do Centro de Ciências Agrárias, ao qual o núcleo está vinculado, também foi alertado sobre a necessidade de melhorar o manejo dos animais e de o setor ter uma melhor assistência.
Apesar do momento de restrição orçamentária pelo qual as universidades federais estão passando, a professora disse que conseguiu orçamento, por meio de um projeto, para comprar materiais de reforma para as cercas e fazer cobertura para fazer sombra e melhorar o bem estar dos animais, mas não obteve apoio técnico para aplicar os materiais.
Agora, os animais mortos estão passando por uma necropsia para determinar o que causou as mortes. Até o momento se sabe que é uma infecção. “Os achados da necropsia sugerem que os animais estão morrendo por conta da clostridioses, que são doenças causada por uma bactéria, mas nós só podemos afirmar, quando o resultado desses exames saírem”, explicou.
Se confirmado o diagnóstico para clostridiose, a causa principal começa no manejo inadequado desses animais e em contaminação ambiental nas instalações, mas como já explicado, é preciso aguardar o resultado dos exames.
O MOSSORÓ HOJE entrou em contato com a assessoria da Ufersa para saber a posição da universidade sobre a denúncia. A equipe foi informada que o Professor Torres, que é o Diretor do Centro de Ciências Agrárias, vai se pronunciar na tarde desta sexta-feira, por meio de uma coletiva de imprensa.