01 MAI 2024 | ATUALIZADO 16:59
POLÍCIA
11/07/2020 11:24
Atualizado
11/07/2020 12:01

"Não me acovardarei! ...", diz blogueiro após sair da prisão em Caraúbas-RN

Em Nota enviada a Imprensa, João Marcolino disse que já sofreu três atentatos, que sempre apontou a Justiça os responsáveis e que a arma encontrada na casa dele é uma herança do pai que usava para se defender e defender a família
Em Nota enviada a Imprensa, João Marcolino disse que já sofreu três atentatos, que sempre apontou a Justiça os responsáveis e que a arma encontrada na casa dele é uma herança do pai que usava para se defender e defender a família
Foto: Reprodução

Em nota a imprensa, o blogueiro João Marcolino, de Caraúbas/RN, classificou o fato de ter sido preso como curioso e extremo. Segundo ele, a arma que a Policia encontrou na casa dele foi herdada do pai e era usada para se defender e defender a família. 

Veja mais

Após sofrer atentado, blogueiro é preso em Caraúbas por posse ilegal de arma de fogo

Cabo PM é preso por tentar matar blogueiro em Caraúbas

Disse que já sofreu três atentados  e que sempre apontou os responsáveis, sendo que os responsáveis tenham sido presos. Diz que os atentados que sofreu é em função do seu trabalho combativo.

"Se querem me calar, saibam que não irão; não me acovardarei! ..."

Segue-a.

NOTA DO BLOGUEIRO

JOÃO MARCOLINO NETO

Passada a angústia do cárcere indevido e injusto, encontro conforto para explicar aos familiares, amigos, à sociedade e à opinião pública que, de fato, após curiosa e extrema medida de busca e apreensão, foi localizada em meu lar uma arma de fogo. O fato deu ensejo à lavratura de auto de prisão em flagrante delito em meu desfavor.

Com efeito, eu possuía uma arma, um revólver calibre .38, herdado de meu pai, o qual utilizo para a minha proteção pessoal e de minha família, diante dos 03 (três) atentados que sofri e da inércia do Estado em responsabilizar os culpados, como é de conhecimento público. Contudo, a referida arma não possui qualquer adulteração, ao contrário do que afirmou a autoridade policial no escólio do flagrante. O meu recolhimento em estabelecimento prisional ocorreu apenas e tão-somente pela imputação de conduta mais gravosa. Espero que seja tudo devidamente esclarecido. 

Importante trazer ao conhecimento de todos que o fundamento do pedido invasivo foi uma criativa denúncia anônima (feita certamente por aqueles que atentaram contra a minha vida) e uma simples ameaça, em um intenso debate na internet com pessoa conhecida por sua militância política – segundo alguns, talvez a primeira discussão que resultou em busca e apreensão no Direito Penal Brasileiro. Ação totalmente desproporcional, no meu sentir! 

Como todos sabem, em 03 (três) ocasiões atentaram contra a minha vida e o meu patrimônio. Sempre apontei os suspeitos; nunca tive uma resposta efetiva do Estado – o mesmo que violou o sossego de minha casa com base em uma denúncia anônima e uma discussão de cunho político –, salvo quanto ao último atentado, em que foi preso, no dia 08 (oito) de julho de 2020, 01 (um) Policial Militar cujo único laço conhecido com Caraúbas é o trabalho oficioso como segurança de família poderosa na Cidade. 

Sem dúvidas, considerando as circunstâncias acima narradas, a posse da arma representa indiscutível legítima defesa. Quem em meu lugar, órfão da ação do Estado e sob o risco de um novo atentado, não estaria preocupado em se defender? 

Hoje, tenho plena convicção de que os atentados por mim sofridos decorrem da insatisfação por minha atitude combativa, meu ímpeto em busca de honestidade na condução da coisa pública e das minhas denúncias envolvendo servidores públicos. Se querem me calar, saibam que não irão; não me acovardarei!  

Chamo a atenção de toda a sociedade potiguar para o fato de que, há bem pouco tempo, após denúncias de populares, incluindo um ex-Prefeito, repercuti notícia de um possível uso político da Polícia Civil e Militar no Município de Caraúbas, culminando com a divulgação de Notas Públicas de Autoridades Policiais, Sindicados e, estranhamente, da própria Prefeitura. 

Rogo às autoridades constituídas que esclareçam a razão pela qual o meu material de trabalho (computadores, celulares, etc.) foi apreendido, mesmo sem qualquer relação com o objeto da investigação; por que o mandado só foi cumprido numa sexta-feira, mesmo contando com 40 (quarenta) dias da expedição? Por que, aproveitando-se da redução da minha capacidade de resistência, dado o momento de profunda confusão mental e fragilidade, foi realizada a minha captura fotográfica e divulgada, contrariando, em tese, o que estabelece a Nova Lei de Abuso de Autoridade? 

Que fique o registro: respeito e sigo confiante nas autoridades constituídas e no nosso Estado; sigo de cabeça erguida, com fé em Deus, cumprindo o meu dever profissional e cívico. 

Caraúbas/RN, 10 de julho de 2020.

JOÃO MARCOLINO NETO 

BLOGUEIRO


Notas

Publicidades

Outras Notícias

Deixe seu comentário