19 ABR 2024 | ATUALIZADO 18:25
MOSSORÓ
ANNA PAULA BRITO
03/12/2020 12:27
Atualizado
03/12/2020 17:31

Menina de 12 anos, com microcefalia, sonha com cirurgia ortopédica no joelho

Joyce Martins é uma criança ativa, extrovertida e muito querida por todos os que a conhecem. Além dos diversos problemas de saúde ocasionados pela microcefalia, há cerca de um ano a perna dela começou a entortar, devido a um problema no joelho. Desde então a mãe da menina luta para conseguir a cirurgia eletiva, que não está disponível na rede SUS.
Menina de 12 anos, com microcefalia, sonha com cirurgia ortopédica no joelho. Joyce Martins é uma criança ativa, extrovertida e muito querida por todos os que a conhecem. Além dos diversos problemas de saúde ocasionados pela microcefalia, há cerca de um ano a perna dela começou a entortar, devido a um problema no joelho. Desde então a mãe da menina luta para conseguir a cirurgia eletiva, que não está disponível na rede SUS.
FOTO: ANNA PAULA BRITO

Nesta quinta-feira (4) a reportagem do MOSSORÓ HOJE conheceu a história da menina Joyce, de 12 anos. Com microcefalia e diversos problemas de saúde ocasionados pela doença, ela agora sofre com um outro problema: um osso crescendo em seu joelho que a deixa com a perna torta.

Joyce precisa de uma cirurgia ortopédica que pode evitar que o problema seja agravado e que ela perca o movimento da perna.

A mãe da menina, Antônia Martins, percebeu o problema em 2019. Desde então iniciou uma verdadeira saga para tratar o joelho da filha.

Ela contou ao MOSSORÓ HOJE que procurou um especialista na área e foi encaminhada para um ortopedista infantil. Para agilizar o diagnóstico, fez todos os exames particulares, utilizando o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o qual Joyce tinha direito, devido a sua condição de saúde.

No entanto, a cirurgia, que não é realizada em Mossoró por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), apenas na cidade de Natal. Aqui, o custo do procedimento seria em torno de R$ 10 mil.

Antônia conta que o ortopedista a orientou a procurar a justiça para que o procedimento fosse realizado pelo SUS. Chegou a dar um laudo sobre a urgência do procedimento. Isso tudo em novembro de 2019 e até agora a cirurgia não foi realizada.

Explica que estiveram em vários hospitais da cidade de Natal e que o procedimento até chegou a ser marcado, mas que depois receberam uma ligação desmarcando, devido a pandemia do novo coronavírus, que suspendeu todas as cirurgias eletivas no Estado.

Com a demora para realização do procedimento, todos os exames perderam a validade e agora a família precisa fazer todos novamente. O grande problema é que, em janeiro deste ano, Joyce perdeu o direito ao BPC e elas vivem apenas com uma pequena pensão deixada pelo pai da menina, já falecido.

Nesta sexta-feira (5) Antônia e Joyce seguem em mais uma viagem para a cidade de Natal, onde deverão ver novamente um especialista para avaliar a evolução da doença da menina, mas ainda sem perspectiva de realização da cirurgia.

Dona Antônia pede um olhar sensível do poder público para com a criança, que já sofre com tantos problemas de saúde. Pede ajuda para agilizar os exames, porque agora a família não tem mais como fazê-los particular e se for aguardar o SUS, será um longo tempo de espera.

Conta que o sonho dela era apenas que essa cirurgia fosse realizada aqui na cidade e não precisasse desse transtorno com deslocamentos para a cidade de Natal.

Já a pequena Joyce, ao ser questionada sobre o que gostaria de receber de presente do papai noel, afirmou: a cirurgia.



OUTROS PROBLEMAS

Além do problema atual, Joyce ainda sofre desde que nasceu de outros provocados pela microcefalia.

A mãe conta que a menina possui asma e tem um dos pulmões paralisados. Para comer, ela precisa ter tudo sempre bem picadinho, pois tem problema nas amígdalas e adenoide, que dificulta a deglutição.

Este segundo problema também poderia ser resolvido com uma cirurgia, mas a garganta pequena de Joyce não dá condições para que o instrumento cirúrgico seja realizado.

Para evitar que todos sejam agravados, Joyce precisa do acompanhamento de vários profissionais de saúde, tais como neurologista, ortopedista, fonoaudiólogo e otorrinolaringologista, porém todos esses atendimentos estão paralisados devido a pandemia da Covid-19.

Resta agora à família esperar que o poder público se compadeça dessa situação, que não deve ser a única na cidade, e tome providências para resolver o problema.


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