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POLÍCIA
31/01/2021 22:00
Atualizado
31/01/2021 22:33

Menino mantido acorrentado dentro de um tambor em SP

Vizinhos viram a criança por uma pequena brecha e avisaram ao Conselho Tutelar e também a Policia Militar, que levou o pai, a namorada dele e também a filha da namorada, presos em flagrante para a Delegacia de Policia Civil de Campinas, em São Paulo
PM afasta pia que era usada para fechar o acesso ao local que se encontrava o tambor de 200 livros com a criança acorrentada dentro nas mãos e nos pés, o tempo todo em pé, passando fome e cede.
Reprodução

O caso do menino de 11 anos que era mantido acorrentado dentro de um tambor de 200 litros, com as bordas cortadas, sem puder sentar ou agachar, na cidade de Campinas, interior do estado de São Paulo, pelo próprio pai (31 anos), com a ciência da namorada e a filha dela, que assistia TV tranquilamente no momento do flagrante.

A reportagem de Felipe de Sousa, do UOL, informou que o resgate do menino, apresentando quadro de desnutrição extrema, aconteceu pela Policia Militar de Campinas, neste sábado, 30, após os vizinhos denunciarem o cárcere ao Conselho Tutelar e também a própria PM. Toda a operação foi gravada em vídeo e divulgada nas redes sociais.

A criança estava dentro do barril, o tempo todo em pé, pois não havia espaço para agachar, sentar ou se mexer para os lados. Também não podia escorar, pois se cortaria nas bordas do barril. Devido a isto, as pernas do menino incharam. Nas condições que passava as 24 horas do dia, é imaginável como conseguia dormir.

As duas mãos também estavam presas nas bordas do barril com arames. As necessidades fisiológicas eram feitas dentro do próprio tambor e a criança ficava pisando em cima, pois não havia espaço.

No fundo do tambor, havia uma corrente presa a um cadeado, no tornozelo da criança. O barril estava na área externa da casa, cercado por paredes de tijolos e coberto com uma telha e um pano que, de certa forma, o protegia do sol e da chuva. Havia uma pia, reforçando o cárcere. Respirava por um pequeno espaço lateral, por onde foi visto pelos vizinhos.

O segundo sargento Mike Jason, que coordenou o trabalho, disse durante o resgate que já havia visto vários tipos de cativeiros, terríveis, inclusive, mas nada tão cruel como aquele que o menino estava sendo mantido há muito tempo pelo próprio pai no interior de Campinas. A cenário era de horror, retrato de uma monstruosidade.

A criança, um pouco assustada, contou aos policiais que havia dia que se alimentava com as próprias fezes, porque não davam comida para ele. No momento da abordagem policial contou que a jovem de 22 anos filha da namorada do pai da criança, estava assistindo televisão na sala enquanto a criança passava fome e cede no cativeiro.

O vídeo mostra o policial perguntando ao garoto, ainda dentro do barril, se estava com cede e ele respondeu balançando a cabeça que sim. Também estava com fome.  Um quadro de extrema crueldade. A jovem trouxe uma garrafa pete com água. O vídeo não mostra a criança tomando água ou se alimentando após o resgate no local.

A reportagem cita que a criança foi levada para o Hospital Ouro Verde, em Campinas, com quadro de desidratação extrema. É que os vídeos mostram com clareza. Ainda no hospital, a criança contou que havia dia que jogavam água sanitária e água gelada nele. Era o banho. Relatou relatou torturas ainda piores do que foi encontrado.

Para os profissionais de saúde, a criança só vai ter condições de receber alta médica do hospital quando ganhar peso ideal para a altura dele. Os policiais prenderam o pai, a madrasta (39 anos) e a filha da madrasta (22 anos). Na Delegacia, as duas foram ouvidas e a Policia arbitrou fiança de R$ 5 mil reais para cada uma.

O crime das duas é de omissão.

Já o pai, que tem 31 anos, ficou preso pelos crimes de grave violência e grave ameaça, que provocaram intenso sofrimento físico e mental na criança. O caso ganhou enorme repercussão, em especial pelo grau de maldade empregada ao garoto, que agora está recebendo a atenção de uma tia paterna no hospital, registrados em vídeo pelos vízinhos.

Obs: Assistimos os vídeos e temos os nomes, porém a legislação atual não permite publica-los.

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