Nesta quinta-feira (15), por meio de nota, a Secretaria de Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) informou que um medicamento usado para tratamento de doença como artrite psoriásica, Doença de Crohn, dentre outras autoimunes, está em falta nos estoques da Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat) e sem previsão de regularização de abastecimento.
A aquisição e distribuição aos estados do Adalimumabe 40mg injetável (Humira) é de responsabilidade do Ministério da Saúde, não sendo possível a aquisição diretamente pela Sesap.
A falta do medicamento preocupa os pacientes, visto que a interrupção dos tratamento realizado com ele pode agravar as doenças.
O problema não se restringe apenas ao Rio Grande do Norte. A falta do medicamento já foi tema de notícias do G1 Tocantins. Há mais de um mês o Adalimumabe está em falta na assistência farmacêutica do estado.
No dia 6 de abril o Ministério Público Federal (MPF) em Sergipe acionou a Justiça Federal para que determinasse à União o depósito de R$1 milhão a fim de viabilizar a aquisição de diversos medicamentos cuja responsabilidade pela compra é do Ministério da Saúde. Entre os medicamentos em questão também estava o Adalimumabe.
No final do mês de março a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) e o Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil (Gediib) manifestaram, em carta aberta, preocupação com a falta do medicamento adalimumabe para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).
Segundo as entidades, a medicação é utilizada por quase 60 mil pacientes, todos portadores de doenças autoimunes em todo o país.
No documento, as entidades informam ainda que constataram que o fornecimento do medicamento vem sendo feito de forma irregular em todo o país desde o segundo semestre do ano passado, mas nunca deixou de ser fornecido.
"No caso específico do adalimumabe, o MS [Ministério da Saúde] passou a ter em seu arsenal quatro biossimilares, além da droga originadora. Seriam, portanto, cinco possibilidades diferentes de compra para suprir a quantidade necessária. No entanto, o MS não efetivou essa aquisição", diz um trecho da carta.
A lacuna, segundo as entidades, terá impacto e consequências no curso da doença, fazendo com que os pacientes, em meio à pandemia do novo coronavírus, tenham que procurar seus médicos para trocar a medicação por outras que poderão não fazer o mesmo efeito.
Em nota, o MS informou que houve problemas nos contratos com a empresa fornecedora do referido medicamento e que havia informado a todos os estados sobre o problema.
Afirmou, ainda, que para atender a demanda de todos os pacientes durante esse processo, conseguiu uma doação de 2.002 unidades, suficiente para regularizar o abastecimento do 1º trimestre de 2021, prazo este finalizado no mês de maio.
Ainda segundo MS, um novo laboratório, agora detentor do registro para produção do medicamento, está em fase inicial de produção. A previsão do laboratório para regularização total da produção para atender ao MS é a partir de outubro deste ano.