Nos últimos dez dias, a equipe do Hospital São Luiz, em Mossoró, deu alta médica a 40 pacientes recuperados da covid19, sendo 19 nas últimas 36 horas. Entre os 40 que receberam alta, está Edith Teixeira Jales, de 82 anos (foto), que voltou para casa no dia 1º de maio. Ela ficou muito emocionada e falou que estava muito grata aos cuidados que recebeu no Hospital São Luiz.
O médico Venâncio Neto, que está desde o primeiro dia de luta do sistema APAMIM contra a covid19, sempre existiu uma convivência muito boa entre equipe e o paciente. Alguns pacientes são pessoas de muito bom humor, apesar do quadro grave em que se encontra. Cita o prefeito Raimundo Pezão, de Umarizal. “Estava sempre sorrindo”, diz.
Em entrevista ao MOSSORÓ HOJE, o prefeito Raimundo Pezão destacou como maravilhosos os cuidados médicos, de enfermagem, fisioterapia, nutrição e etc, que recebeu no Hospital São Luiz, durante mais de 15 dias que esteve internado na luta contra a covid19 no início de 2021.
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A Assistente social Thácima fala com muito orgulho do trabalho que realiza aproximando os pacientes de seus familiares, mesmo diante das normas rígidas impostas pelos protocolos do paciente covid19. “Luan Carlos da Silva, de 31 anos, estabeleceu uma relação que se assemelha a família, com todos os servidores do hospital”, diz Thácima.
Em contato com o MOSSORÓ HOJE, Luan Carlos fala em atendimento sensacional. Hoje ele tem o médico que o atendeu como irmão, “um cara brother”. Diz que os cuidados que recebeu no Hospital São Luiz permitiu que ele hoje estivesse vivo. Afirma que nasceu de novo.
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A coordenadora de enfermagem Alexcia Morais destaca que muitos senhores, acima de 65 anos, recebendo alta, a exemplo de Dona Edith Teixeira. Também teve Seu Francisco Marinho, de 68 anos, natural de Angicos. Ele ficou 2 dias na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital São Luiz. Quando concluiu o tratamento, ficou muito emocionado.
Outra, que também está entre os 40 que receberam alta, é a dona de casa Mirandi de Sousa Martins Pereira, de 52 anos. Ela é de Olho D’Água do Borges. Ela passou 15 dias na UTI. Já o Senhor Herculano Soares Neto, de 65 anos, ficou 15 dias na UTI e conseguiu vencer o covid19.
José Maria de França, de 72 anos, passou 6 dias na UTI e outros 4 na enfermaria. Ele se despediu do hospital com lágrimas nos olhos. Outro paciente que também saiu emocionado e elogiando os cuidados que recebeu no Hospital São Luiz foi o aposentado Roberto Lino de França, de 67 anos, natural de Areia Branca.
Seu Hercules Amorim Mota, de 64 anos, passou 10 dias na UTI e 4 dias na enfermaria, recebendo os cuidados da equipe do Hospital São Luiz. Além dos idosos, também teve pessoas com menos de 60 anos, como Jorge José da Silva, de 52 anos, lutando pela vida.
O HOSPITAL SÃO LUIZ
A APAMIM assumiu o comando do Hospital São Luiz no dia 1 de maio de 2020, para atender os pacientes covid19 da região. Num primeiro momento, foram instalados 40 leitos de UTI e 30 de enfermaria.
No segundo semestre de 2020, o número de internações caíram, chegando a ficar com menos de 15 leitos ocupados. No entanto, no início de 2021, já na segunda onda, o número de internações dispararam, em especial na capital Natal.
Com apoio do Governo do estado e da Prefeitura de Mossoró, a APAMIM ampliou o número de leitos de UTI para 50 e reduziu o número de enfermarias para 25 leitos. O mês de março e abril atingiu o pico da pandemia, com lotação total.
Nas últimas semanas, no entanto, a APAMIM, que é administrada por uma junta de intervenção da Justiça Federal, passou a ter dificuldades para conseguir manter a estrutura devido a falta de oxigênio e medicamentos de UTI, como Propofol, Rocurônio e Polimixinab.
O primeiro é um sedativo. O segundo é um bloqueador neuromuscular. O terceiro é uma antibiótico forte. Por mês, o HSP precisa de uma média de 12 mil ampolas de sedativos, 6 mil de bloqueador neuromuscular e 200 polimixinab.
Entretanto, estes medicamentos sumiram do mercado após o Governo Federal requerer a produção nacional no dia 19 de março passado. Semanas depois, os preços dispararam, de tal modo que hoje, o medicamento que a ampola custava 8 reais, hoje custa 150,00.
O Hospital São Luiz, que tinha um custo de manutenção mensal de R$ 3,8 milhões, passou a ter custo de quase R$ 9 milhões. Devido ao fato de o Governo do Estado não repassar medicamentos como deveria e não ter onde comprar, teve que bloquear leitos de UTI.
Semana passada chegou a bloquear 17 leitos, que foram desbloqueados esta semana após a APAMIM conseguir reabastecer a farmácia com sedativos, bloqueador neuromuscular e outros medicamentos, a um custo muito alto, essencial a vida.