A governadora Fátima Bezerra se reuniu nesta terça-feira, 18, com a prefeita Maria da Conceição do Nascimento Duarte e o vereador Hélio Maia, para explicar as razões pelas quais o açude de Lucrécia-RN não pode passar de 30% de sua capacidade de armazenamento.
O Açude de Lucrécia, com capacidade para armazenar até 24,7 milhões de metros cúbicos de água, foi construído em 1934, numa época em que se construía açudes e barragens com jegues levando barro em caixotes do fundo do açude para fazer o paredão.
O reservatório, considerando fundamental para a economia da região, só tomou água suficiente para sangrar duas décadas depois. Era administrado pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca e posteriormente passou para o Governo do Estado.
Na reunião com a prefeita e o presidente da Câmara Municipal da cidade de Lucrécia, a governadora Fátima Bezerra, acompanhada com a equipe técnica, mostrou que, ao contrário das notícias falsas que estão circulando, o reservatório não será esvaziado.
A governadora Fátima Bezerra explicou que o reservatório passou sim por reparos, que custaram quase R$ 4 milhões na gestão de Robinson Faria, mas que este trabalho não conseguiu sanar as infiltrações na parede principal do reservatório.
Esta constatação foi feita pela equipe de engenharia da empresa WR Engenheiros e Consultores, que usaram 11 piezômetros no paredão para comprovar que havia sim infiltração e o reservatório representa um risco real para a cidade de Lucrécia, que fica logo abaixo.
Diante do diagnóstico preocupante, o Governo do Estado enviou a Defesa Civil para Lucrécia com a missão de ajudar a elaborar um plano de contingência, junto com a Prefeitura local, para se ter um trabalho de evacuação em caso de rompimento do açude.
No laudo, os engenheiros observaram que não deixando o reservatório passar de 30% de sua capacidade total, não representava risco para a cidade de Lucrécia. Diante do quadro, restou ao Governo do Estado, adotar medidas para manter o açude com este percentual.
“Com as chuvas dos últimos dias, a barragem ultrapassou o limite de segurança (30% da sua capacidade) e o Governo do Estado precisou abrir a comporta para escoar parte da água para garantir a segurança da população”, conta a governadora Fátima Bezerra.
Entretanto, um grupo de moradores de Lucrécia e também de Frutuoso Gomes, que fica perto, liderado pelo ex-deputado Gilvan Carlos, entraram em conflito com o Governo do Estado, querendo impedir que a comporta seja fechada, para que o açude encha.
Gilvan Carlos entende que o açude não representa risco de rompimento e várias pessoas o acompanha com este raciocínio. Gravou vídeos e enviou ao Governo Federal, pedindo intervenção do Exército para provar que o açude não corre risco de rompimento.
Nos vídeos, o ex-deputado faz um discurso político inflamado e chega a afirmar que está disposto a dá a própria vida para que a comporta do açude seja mantida fechada. Fez discurso, quando outra pessoa não aparece no vídeo fechava a comporta do açude.
“Já a governadora Fátima Bezerra, principal alvo dos discursos inflamados de Gilvan Carlos, disse: “Somente com o respeito às medidas preventivas, podemos garantir com segurança que a barragem não corre o risco de romper”, escreveu a governadora Fátima Bezerra.
Equipes da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e também do Instituto de Águas do Rio Grande do Norte estão em Lucrécia fazendo trabalho de monitoramento usando 11 piezômetros instalados na parede do açude para monitorar o grau de infiltração, o volume de água armazenado, as águas das chuvas e o comportamento da parede principal.
A governadora Fátiama Bezerra, ainda na reunião com a prefeita e o vereador de Lucrécia, explicou que o Banco Mundial garantiu recursos para a realização das obras necessárias para recuperar o Açude Lucrécia quando o inverno passar.
Acrescentou que a empresa RW Engenheiros Consultores está elaborando o projeto, que será avaliado pelo Painel de Segurança de Barragens e apresentado à população. Depois da aprovação, haverá a contratação da empresa para execução da obra que for necessária.