A Petrobras está pronta para abrir um novo capítulo em sua história com a construção de sua primeira planta-piloto de hidrogênio renovável.
Estimado em R$ 90 milhões, o ambicioso projeto foi articulado e projetado pelo ex-presidente da Companhia Jean Paul Prates. O projeto não apenas coloca a empresa na vanguarda da transição energética, mas também marca um avanço significativo na busca por alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis.
De acordo com a empresa, a primeira planta-piloto de hidrogênio renovável da Petrobras será instalada na Usina Termelétrica do Vale do Açu, localizada em Alto do Rodrigues, no Rio Grande do Norte.
Em uma cooperação com o Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (Senai ISI-ER), o projeto contará com a execução da WEG, uma renomada empresa brasileira de eletrificação com reconhecimento global.
De acordo com a previsão da Petrobras, a usina deverá estar operando a partir do primeiro trimestre de 2026.
Hidrogênio verde e a tecnologia de eletrólise da água
O hidrogênio renovável, também conhecido como hidrogênio verde, será gerado por meio de eletrólise da água usando energia solar.
Esse processo, considerado inovador e sustentável, utiliza uma corrente elétrica para dividir as moléculas de água em hidrogênio e oxigênio, sem a emissão de gases poluentes.
Segundo Maurício Tolmasquim, diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, o projeto é “fundamental” para as futuras estratégias da empresa voltadas para a descarbonização.
Tolmasquim acrescenta que essa iniciativa “não apenas reduz a emissão de gases de efeito estufa, como também promove o uso de recursos naturais abundantes e sustentáveis no país”.
Para suprir a demanda energética da unidade de eletrólise, a Petrobras também investirá na expansão da Usina Fotovoltaica de Alto Rodrigues.
Originalmente criada para pesquisa e desenvolvimento, a capacidade de geração será aumentada de 1,1 MWp (Megawatt pico) para 2,5 MWp, atendendo aos requisitos da unidade de eletrólise, que terá capacidade de 2 MW.
A planta será testada em múltiplos modos de operação, utilizando-se da conexão à malha de distribuição de energia elétrica e do sistema de armazenamento de energia já existente.
Uma iniciativa pioneira no uso de hidrogênio em microturbinas
O hidrogênio produzido servirá tanto para gerar energia quanto para estudos sobre sua adição ao gás natural.
Esse teste será essencial para avaliar o desempenho e a integridade estrutural de microturbinas operando com essa mistura, algo que ainda não foi testado no Brasil.
Segundo a Petrobras, ela se torna a primeira companhia brasileira a estudar os efeitos da adição de hidrogênio renovável ao gás natural em microturbinas, consolidando sua posição como líder no desenvolvimento de novas tecnologias para o setor de energia.
Para o Brasil, esse investimento significa um avanço estratégico rumo à diversificação da matriz energética e à redução das emissões de carbono, alinhando-se com as metas globais de sustentabilidade.
A introdução do hidrogênio renovável no país promete não só contribuir para a descarbonização da Petrobras, mas também impulsionar o desenvolvimento de novas oportunidades de emprego e geração de tecnologia local.
Esse projeto pode abrir portas para futuras parcerias comerciais e atrair investimentos, destacando o potencial do Brasil como um importante fornecedor de hidrogênio verde no cenário mundial.
A instalação da planta-piloto pode criar novas frentes de trabalho e inovação tecnológica, especialmente nas áreas de engenharia, eletrificação e sustentabilidade.
Além disso, a aposta da Petrobras em fontes de energia limpa representa um passo em direção ao mercado de exportação de hidrogênio verde, especialmente para países que buscam alternativas aos combustíveis fósseis.