Na manhã desta quarta-feira (21), a Seleção Feminina goleou a China por 5 a 0, no Estádio de Miyagi, e começou com o pé direito a corrida pelo sonho dourado nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
A China até ensaiou uma pressão no início do duelo, mas o Brasil soube controlar a tensão da estreia, colocou a bola no chão e ditou o ritmo do jogo durante a maior parte do primeiro tempo.
Logo aos cinco minutos, a Canarinho teve a chance de abrir o placar depois de boa troca de passes entre Debinha, Bia Zaneratto e Duda. Já na segunda oportunidade criada, a Seleção não perdoou.
Após recuperar a posse no ataque, Bia Zaneratto cruzou na área, Debinha testou no travessão, Bia apareceu de novo tentando o rebote e a bola sobrou limpa para Marta estufar as redes, aos nove minutos.
Mantendo o controle da partida, o Brasil não demorou muito para ampliar o marcador. Novamente tudo começou com Bia Zaneratto, que arriscou o chute da entrada da área, aos 21, a goleira adversária deu rebote e Debinha aproveitou para fazer 2 a 0.
No minuto seguinte, Andressinha também experimentou o arremate, que dessa vez passou rente à meta chinesa.
Já na marca dos 30 minutos, depois de cruzamento na área, Érika por pouco não marcou o terceiro da Seleção. Nos instantes finais do primeiro tempo, a China voltou a pressionar. E Bárbara apareceu para salvar o Brasil, após finalização de Miao.
Depois das conversas nos vestiários, as chinesas chegaram mais ao ataque e tiveram chances de marcar com Wang Shanshan. Na primeira tentativa, aos dois minutos, Bárbara mais uma vez fez a interceptação. Enquanto, aos seis, a atacante acertou a trave.
Na sequência, a Canarinho respondeu com Debinha, que também parou no poste. E em arremates de Andressa Alves, aos 15, e Bia Zaneratto, aos 19.
Lá e cá, o jogo seguiu em ritmo acelerado. Na marca dos 21, a China chegou de novo e mais uma vez Bárbara brilhou para o Brasil. Do lado brazuca, Bia Zaneratto foi quem esbarrou na goleira. Mas, aos 28, a arqueira adversária nada pôde fazer contra mais uma finalização certeira de Marta: 3 a 0.
Tentando uma reação, as chinesas voltaram a carimbar a trave, aos 31, com Wurigumula. Só que, aos 36, veio o quarto do Brasil em cobrança de pênalti de Andressa Alves. E, aos 43, Debinha cruzou rasteiro para Bia Zaneratto enfim deixar o dela e dar números finais ao confronto.
COM DOIS GOL, MARTA SE TORNA A SEGUNDA MAIOR ARTILHEIRA DAS OLIMPÍADAS
Foram necessários oito minutos para que a estrela de Marta brilhasse em Tóquio. Foi com esse tempo de jogo que a Rainha marcou o primeiro gol do Brasil na vitória por 5 a 0 sobre a China.
Depois do intervalo, ela ainda marcaria mais uma vez, chegando a 12 gols e tornando-se a segunda maior artilheira da história dos Jogos Olímpicos.
"Poxa, eu nem sabia! A gente trabalha para isso, para estar sempre evoluindo e buscando bater nossos próprios recordes. A felicidade é enorme, principalmente pelo que a gente apresentou hoje, já que os gols são consequência do que você mostra em campo. Claro que o time não foi 100% perfeito, tivemos nossos altos e baixos na partida e aspectos que podemos corrigir, pela qualidade da equipe, mas o importante foi o resultado. Agora é fazer esses ajustes e pensar já no próximo jogo contra a Holanda", disse Marta.
Foram três gols em Atenas 2004, três em Pequim 2008, dois em Londres 2012 e dois na Rio 2016. Agora, em Tóquio, a atacante repete em Olimpíadas a marca que já havia atingido em Copas do Mundo: balançou as redes em cinco edições diferentes. O plano de Marta é continuar marcando — e dedicando os gols à noiva, Toni Deion, nas comemorações.
"Costumo fazer o T com os braços em homenagem a ela. No primeiro, não consegui fazer, porque as meninas todas me abraçaram na emoção do primeiro gol da partida. Aí Deus abençoou e falou: 'você vai fazer mais um para ela'", brincou.