25 ABR 2024 | ATUALIZADO 18:29
NACIONAL
Com informações da Agência Brasil
23/03/2015 12:10
Atualizado
14/12/2018 03:32

Juiz abre ação penal contra 27 da Operação Lava Jato

A partir de agora, os envolvidos serão chamados a prestar depoimento, e poderão apresentar defesa e indicar testemunhas.
Agência Brasil

O Juiz Federal Sérgio Moro aceitou hoje, 23, denúncia contra 27 investigados na Operação Lava Jato, entre eles o tesoureiro do PT, João Valcari Neto. A ação penal inclui o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque e o ex-gerente da estatal Pedro Barusco, além de outros investigados na décima fase da operação, deflagrada semana passada.

Entre os acusados que também tornaram-se réus estão o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa e executivos de empreiteiras, já investigados em outras fases da Operação Lava Jato.

Todos são acusados dos crimes de lavagem de dinheiro, corrupção e formação de quadrilha.

Na denúncia, os procuradores apontam desvios de recursos em contratos com a Petrobrás. Desta vez, as obras investigadas foram a Refinaria Getúlio Vargas, em Araucária, no Paraná, e a Refinaria de Paulínia, em São Paulo.

Para os procuradores, João Valcari Neto participou de reuniões com Renato Duque, nas quais eram acertados os valores que seriam transferidos ao PT por meio de doações legais.

Segundo o Ministério Público Federal, foram feitas 24 doações de R$4,26 milhões.

Ao abrir a ação penal, Moro informou que “há prova documental do repasse de parte da propina em doações eleitorais registradas ao Partido dos Trabalhadores, o que teria feito por solicitação de Duque e de Valcari”.

Segundo Moro, a comprovação de doações legais não encobre a origem ilícita de recursos. "A realização de doações eleitorais, ainda que registradas, com recursos provenientes de crime, configura, em tese, crime de lavagem de dinheiro. Além disso, se, como afirma o MPF, as doações foram acertadas como parte da propina dirigida a Diretoria de Serviços, há igualmente participação de João Vaccari no crime de corrupção passiva", ressaltou o juiz.

A defesa de Vaccari afirma que o tesoureiro não participou de nenhum esquema para arrecadação de propina para o partido. Os advogados acrescentam que as doações solicitadas por Vaccari foram legais e feitas de forma transparente.

Em nota divulgada semana passada, após ser denunciado pelo MPF, a defesa do tesoureiro do PT negou que as doações para o partido sejam fruto de propina.

“Vaccari repudia as referências dos delatores a seu respeito, pois as mesmas não correspondem à verdade. Ele não recebeu ou solicitou qualquer contribuição de origem ilícita destinada ao PT, pois as doações solicitadas pelo senhor Vaccari foram realizadas por meio de depósitos bancários, com toda a transparência e com a devida prestação de contas às autoridades competentes.”

A defesa de Renato Duque também nega que ele tenha recebido propina e movimentado dinheiro em contas secretas no exterior.

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