Nesta terça-feira, 8, a sociedade mossoroense volta a se reunir no Fórum Municipal Desembargador Silveira Martins, em Mossoró, para julgar outro crime contra a vida, num processo desaforado da comarca do município de Umarizal-RN.
Nesta segunda-feira, 7, foi levado ao banco dos réus Valderi Lúcio de Medeiros, por ter matado o jovem Leonardo Borges da Silva na madrugada do dia 23 de agosto de 2020.
A cobertura completa deste julgamento está no MOSSORÓ HOJE.
Nesta terça-feira será a vez do médico Wilson Edino de Freitas Jales, de 49 anos, acusado de matar a aposentada Francisca Alves da Silva Oliveira (Dona Chica) e tentar matar o marido dela, Raimundo Nonato de Oliveira, no dia 9 de janeiro de 2019, no município de Patu-RN.
O casal de idosos (ela 68 e ele 71) estava caminhando às margens da RN 078, entre Patu e Olho D’Água do Borges, ao amanhecer do dia 9 de janeiro de 2019, quando se depararam com um carro de luxo dirigido pelo médico e aqui réu Wilson Edino de Freitas Jales.
Como passageiros, estavam Leonardo Rodrigues do Nascimento, Júlio Ricardo Neto e Israel Franco de Oliveira. Os quatro, segundo o MPRN, que formulou a denúncia, mataram Dona Chica e tentaram contra a vida do marido dela, Seu Raimundo, por pura maldade.
Dona Chica foi a primeira a ser baleada. Morreu no local. Seu Raimundo conseguiu sobreviver correndo para dentro do mato. Seu Raimundo, segundo relata o MPRN, escapou dos tiros pela imperícia de atirar do assassino e por ter se desviado dos tiros no mato.
Leonardo Rodrigues do Nascimento, que estava na camioneta com o assassino, contou no processo que quando Wilson Edino viu o casal caminhando na rodovia, reduziu a velocidade do carro, tendo parado completamente atrás do casal e efetuado os disparos.
Ainda conforme o depoimento de Leonardo Rodrigues: Wilson Edino ao perceber que havia baleado Dona Chica, teria dito: Ela saiu cambaleando. Ela saiu cambaleando. Depois desceu do carro e, à queima roupa, efetuou mais três disparos na cabeça da vítima.
O depoimento de Leonardo Rodrigues, que estava com Wilson Edino no carro, é praticamente o mesmo do sobrevivente do atentado, o também vítima Raimundo Oliveira. Ele apenas acrescentou que ouvir alguém do carro dizer: “Ei, véi” e depois os tiros.
O promotor de Justiça que assinou a denúncia, Carlos Henrique Haper Cox, escreveu:
“De acordo com o que se apurou no decorrer das investigações, tem-se que a motivação do crime por parte dos denunciados foi o sádico prazer de subtrair a vida de vítimas aleatórias, na espécie, um casal que realizava uma caminhada matinal”, opinou.
“A propósito, ambas as vítimas eram idosas, agricultoras, reconhecidas na sociedade do local dos fatos como pessoas de bem, pacatas, sem qualquer inimizade ou desavença. Ademais, sequer conheciam os denunciados”, escreveu o promotor de Justiça.
O promotor observou, ainda, que Leonardo Rodrigues Nascimento, Júlio Ricardo Neto e Israel Franco de Oliveira, foram enquadrados como co-autores, pois aderiam integralmente à conduta criminosa Wilson Jales desde o dia anterior, bebendo, usando drogas e armas.
No caso, serão levados ao banco dos réus Wilson Jales e Leonardo Rodrigues, em julgamento previsto para começar às 9h, sob a presidência do juiz Wagnes Kelly Figueiredo de Medeiros. Os demais envolvidos serão julgados em outra ocasião.
A denúncia será feita em plenário pelos promotores de Justiça Vinícius Lins Leão e Augusto Carlos Rocha da Silva. Já a defesa será patrocinada pelos advogados Olavo Hamilton Ayres e Leandro Dantas de Queiroz. A segurança do fórum deve receber reforços.
O processo deveria ter sido levado a julgamento em Patu ou em Umarizal, porém estes não ofereceram segurança em quantidade e qualidade para garantir que o julgamento ocorresse, portanto, restou desaforado para ser julgado pela sociedade mossoroenses.
O médico Wilson Jales aguardou julgamento preso num presídio da região metropolitana de Natal. Já o outro réu aguardou o dia do julgamento preso no Presídio Regional de Pau dos Ferros. Os dois serão escoltados pela Policia Penal ao Fórum em Mossoró.
PERIGOSO
Além deste crime, o médico Wilson Jales é apontado como responsável por outros dois homicídios e de ter contratado um pistoleiro para matar o delegado Sandro Régis, que na época trabalhava na Comarca de Patu. Este pistoleiro, posteriormente, foi morto em Areia Branca e a polícia suspeita que o autor deste crime também é Wilson Jales.