Ialamy Gonzaga, mais conhecido como “Júnior Preto”, está pedindo novamente para ser posto em liberdade. Ele está preso preventivamente desde o mês de abril de 2022, sob acusação de ter assassinado a tiros o bacharel em direito Eliel Ferreira Cavalcante Júnior, no dia 9 de abril do mesmo ano, no bairro Boa Vista.
No dia 25 de janeiro, o advogado Algacimar Gurgel Freitas entrou com novo pedido de Habeas Corpus. Alega que o cliente é réu primário, tem bons antecedentes, residência fixa, profissão definida e insiste, ainda, que o caso não causou clamor que justifique a prisão para garantia da ordem pública, conforme determinado pelo juiz da 1ª vara criminal da comarca de Mossoró.
“Pelo que foi desposado em linhas pretéritas, vê-se que tentar qualificar o ora acusado de pessoa não grata, pondo sobre si a pecha de pessoa propensa a cometimento de delitos, fabricando uma espécie de censura indireta, visto que por parâmetro exógeno ao processo, não havendo tal fundamentação se acolhida, sob pena de ferir o escopo do Estado Democrático de Direito”, diz Algacimar em sua alegação.
O advogado também alega que os direitos garantidos a Yalami pela constituição federal não estão sendo respeitados, visto que, segundo ele, negar a liberdade provisória a “um acusado que ostenta todas essas características, é o mesmo que torná-lo indigno”.
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Formado em direito, Eliel Ferreira havia acabado de ser aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil quando foi brutalmente assassinado por “Júnior Preto”, sem que nada tivesse feito para que se tentasse justificar tamanha violência.
No dia do crime, o rapaz conversava com seu companheiro, a que Ialamy também é acusado de tentar matar, quando foi perseguido, imobilizado e executado, sem qualquer chance de defesa.
Ao contrário do que alega novamente o advogado de Ialamy, o caso tomou tamanha repercussão que a própria OAB chegou a solicitar a designação de um advogado especial para investigar o crime.
A sociedade civil, amigos e familiares de Eliel, que conhecia sua índole, sempre afirmaram que se tratava de um menino doce, quieto e que sempre ajudou a todos a sua volta.
Diversas mobilizações por justiça também foram realizadas desde que o crime foi cometido, que comprova o clamor público em torno do caso.
Cabe, agora, a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte decidir pela aprovação ou deferimento do novo pedido de Habeas Corpus de Ialamy Gonzaga.