O professor/doutor Josivan Barbosa, da UFERSA, se mostrou preocupado com a notícia enviada a imprensa nesta semana pela Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN), de que vai concluir, com mudanças significativas, a adutora Santa Cruz Mossoró.
Segundo o professor, é preciso debater o projeto do ponto de vista técnico e com equilíbrio. “Vamos analisar o seguinte: o projeto inicial que foi abandonado em 2015, previa retirada da água da Barragem de Santa Cruz e bombeava na adutora até Mossoró”, diz.
Agora a CAERN informa que vai perfurar poços na região que fica entre as cidades de Apodi e Felipe Guerra, para retirar água do subsolo e bombeá-la para Mossoró pela adutora. Porque não perfura estes poços em Mossoró”, questiona o professor Josivan Barbosa.
Outra questão, acrescenta Josivan Barbosa: “se não vai dá utilidade a água da Barragem de Santa Cruz, que sentido tem o Governo Federal investir mais de um bilhão na transposição do Rio São Francisco para jogar água na bacia hidrográfica Apodi-Mossoró?
Josivan Barbosa diz mais: iniciaram na mesma época que projetaram a Adutora Santa Cruz, a transposição da água da Barragem de Santa Cruz para irrigar uma área de 6 mil hectares na Chapada do Apodi, um projeto orçado e mais de R$ 315 milhões de reais. Estas obras também foram paralisadas e seria outra forma de aproveitar as águas de Santa Cruz. Volto a perguntar, se não vão aproveitar as águas represadas, que sentido tem o Governo Federal investir 1 bilhão na transposição do Rio São Francisco para perenizar esta bacia hidrográfica?
O professor também questionou outros fatores. Ele disse que atualmente existe várias grandes empresas já extraindo uma grande quantidade de água do subsolo da região do Apodi, Felipe Guerra, Governador Dix Sept Rosado, Caraúbas, Upanema e Assu, para irrigar suas plantações. “Será que estas reservas não vão secar, como ocorreu em Baraúna-RN?”.
O professor reconhece que realmente a estação de captação de água feita pela CAERN no período de 2010 a 2015, perto do paredão da Barragem de Santa Cruz está praticamente inutilizado. Precisa ser refeito. Acrescenta que o informe da CAERN aponta um investimento novo de pelo menos R$ 80 milhões para concluir o sistema adutor.
Por outro lado, o professor ressalta que é de fundamental importância o aumento da demanda de água para o crescimento de Mossoró, em especial na área da Construção Civil. Isto, para o professor, não se discute. É fato. É preciso que se tenha água, mas de onde vem está água, como ela vai ser extraída e como ela vai chegar a Mossoró, precisa ser debatido e com equilíbrio, como foi o projeto original da Adutora de Santa Cruz”, lembra Josivan Barbosa.