A governadora Fátima Bezerra participou na manhã desta quarta-feira (28), do seminário Energia Sustentável no Brasil promovido pelo jornal Folha de São Paulo, na capital paulista.
Fátima debateu o protagonismo da região Nordeste na transição energética para uma matriz mais sustentável com José Marangon, secretário de pesquisa e desenvolvimento do Instituto Nacional de Energia Limpa; José Aldemir Freire, diretor de planejamento do Banco do Nordeste, e Rogerio Marchini Santos, executivo da Órigo Energia.
A Folha promove o seminário para discutir o que tem sido feito no País na busca por alternativas energéticas mais limpas e os caminhos possíveis.
"O RN e o Nordeste já fazem a transição energética. A região produz 80% das energias renováveis no Brasil. O país precisa urgente licitar a construção novas linhas de transmissão e regulamentar produção energia limpa offshore", afirmou a governadora do RN justificando que já há autorização para novos investimentos de R$ 160 bilhões até 2026. No RN serão R$ 32 bilhões. Mas, para estes investimentos se consolidarem, são necessárias as linhas de transmissão", ressaltou, lembrando que estas são reivindicações já formalizadas pelos governadores do Nordeste ao Governo Federal.
Fátima Bezerra informou que em relação ao hidrogênio verde "o RN se antecipou e já tem pronto projeto de instalação do Porto Indústria Verde, o primeiro do Brasil. O RN também já tem dez memorandos assinados com investidores para produção energia eólica offshore".
A governadora registrou a importância da Reforma Tributária no campo das energias renováveis: "O Governo Federal precisa ser firme, porque discutir energia é discutir desenvolvimento, soberania e redução das desigualdades para que possamos ter crescimento econômico sustentável com justiça social."
Fátima ainda defendeu a retomada dos investimentos da Petrobras em energia limpa. "A nova direção criou uma diretoria específica para o setor, que terá sede no RN pelo potencial do Estado no setor. Que tenhamos mais debates como este, que trata de um futuro que já chegou, que é realidade hoje. Das 929 usinas eólicas no Brasil 829 estão no Nordeste e isso é resultado de muito trabalho dos Estados, no licenciamento ambiental, na política de segurança jurídica."
Rogério Marchini, da Órigo Energia, disse que a empresa tem planos para grande expansão no Nordeste. "Muito sol pode gerar renda para o pequeno proprietário produzir energia limpa. Somos uma empresa privada que pode fazer investimentos em fazendas solares para consumo de energia nas próprias regiões onde estão localizadas, sem precisar de novas linhas de transmissão."
Diretor do BNB, Aldemir Freire destacou o papel do banco no processo de liderança do Nordeste em energias renováveis: "Somos o principal financiador, com investimento de R$ 31 bilhões em eólica e solar (R$ 19 bi e R$ 12 bi, respectivamente). E temos mais R$ 10 bilhões para investir este ano." Segundo Aldemir, para os próximos anos será preciso grande expansão da capacidade de geração e transmissão: "há necessidade de construir estratégia eficiente de aportar recursos ao BNB e BNDES, e, inclusive, captação externa."
Outra preocupação, segundo Aldemir, "é a de o Nordeste se tornar exportador de comodities verde, exportar energia verde para outras regiões e países e a região e o país gerador comprar de volta produtos verdes feitos em outras regiões com valor agregado. Precisamos evitar isso e criar estruturas para utilizar a energia na região, para gerar renda, empregos e riqueza com sustentabilidade."