27 NOV 2024 | ATUALIZADO 10:51
POLÍCIA
Cezar Alves
19/07/2023 23:58
Atualizado
20/07/2023 00:26

A testemunha que ajudou a esclarecer o caso Emilly Félix, de Patu

Além de contribuir para esclarecer os fatos, Zé Maria Petronilo também foi quem encontrou o corpo da menina no loteamento Lírio dos Campos. O principal acusado de matar e queimar o corpo da menina Emilly, Tallyson Almeida, após prestar depoimento contraditório a Polícia Civil, foi para Mossoró, onde foi encontrado morto. O prefeito Rivelino Câmara, de Patu, exonerou o secretário de Cultura, Hudson Holanda, envolvido com o Tallyson Almeida. Durante velório, familia pede justiça.
Além de contribuir para esclarecer os fatos, Zé Maria Petronilo também foi quem encontrou o corpo da menina no loteamento Lírio dos Campos. O principal acusado de matar e queimar o corpo da menina Emilly, Tallyson Almeida, após prestar depoimento contraditório a Polícia Civil, foi para Mossoró, onde foi encontrado morto. O prefeito Rivelino Câmara, de Patu, exonerou o secretário de Cultura, Hudson Holanda, envolvido com o Tallyson Almeida. Durante velório, familia pede justiça.
Foto Anna Paula Brito

O depoimento José Maria Petronilo Rodrigues, de 61 anos, foi fundamental para que o corpo da menina Emilly Roniclesia Porto Félix, conhecida por 'Molequinha', de 15 anos, fosse encontrado, na manhã desta quarta-feira (19), no Loteamento Lírio dos Campos, em Patu-RN. Também foi crucial para a Polícia Civil esclarecer o caso, que chocou a região Oeste do Rio Grande.

A reportagem do Portal MOSSORÓ HOJE viajou ao Médio oeste Potiguar para apurar os fatos do Caso Emilly Félix, que havia desaparecido por volta das 21h de sábado (15) passado. Zé Maria só aparece na história segunda-feira (17), dois dias após o desaparecimento da menina.

A servidora pública Ruth Maria Félix contou ao MH que a sobrinha saiu de casa às 21h do sábado (15), para ir ao encontro da mãe, na região de Patu, que fica na saída para cidade de Catolé do Rocha (PB), e que, após este momento, não mais foi vista.

Quando a mãe da menina chegou em casa, por volta das 22h, foi que deram conta do desaparecimento dela. Fizeram buscas na cidade e não a encontraram. “No início das buscas, naquele momento, a gente achava que ela havia fugido com um namorado da internet”, diz Dona Ruth Félix. 

Os familiares relataram ao MH, que Tallyson Vagner Dantas de Almeida, de 21 anos (foto à esquerda), cunhado da menina, até então demonstrava “empenho nas buscas”. Inclusive ele teria contato que teria oferecido carona a menina, que ela não teria aceito e teria seguido a pé em busca da mãe.

Tallyson teria dito também, em tom debochado, que a menina devia ter fugido com um namorado e que iria aparecer. “Ele comprou bolacha, todinho e ficou todo sorridente", conta o comerciante Ivanílson Araújo Dantas, que mora perto da casa da vítima.

A esposa de Tallyson, contou que ele havia saído de casa por volta das 3h da madrugada de domingo (16), dizendo que estava com dor de cabeça e que iria ao hospital local. Ele apareceu na manhã do domingo.

Durante todo o domingo, os familiares, amigos e a polícia fizeram buscas na região, na maioria das vezes em destinos indicados por Tallyson, na direção da Paraíba, o oposto onde o corpo viria ser encontrado. “Até encontramos um corpo de um homem na região de Belém do Brejo do Cruz”, diz Ivanílson Araújo.

No domingo à noite, por volta das 20 horas, o Boletim de Ocorrência foi registrado, na Delegacia Regional de Patu. O delegado Paulo Cesário disse que a equipe que estava de plantão fez o BO e já realizou as primeiras buscas com a Polícia Militar.

Na segunda-feira, dia 17, os familiares começaram a desconfiar de Tallyson. Isto porque ele teria ido com o secretário de Cultura de Patu, Hudson Holanda, logo cedo no domingo, antes da polícia, buscar as imagens das câmeras por onde a menina teria passado.

O carro dele foi encontrado em frente à casa de Hudson Holanda. Daí começaram as desconfianças da família de que Tallyson teria pego a menina.

Neste mesmo momento, o vigilante José Maria Petronilo Rodrigues ficou sabendo das histórias de Tallyson e procurou o pai da menina, Rônei Félix Azevedo de Lira, de 56 anos (foto abaixo), e a polícia, para contar o que sabia sobre o caso.


Zé Maria contou que estava retornando do trabalho, por volta das 3h15 da madrugada do domingo (16), quando viu Tallyson comprando gasolina num posto de combustível nas margens da BR 226. Tallyson teria explicado ao frentista que a gasolina era para ajudar um amigo que estava precisando no trevo da cidade de Messias Targino-RN.

“Mas ele pegou a gasolina e saiu na direção de Caraúbas”, conta Zé Maria, lembrando, inclusive, que a quantidade de gasolina comprada (2 litros) não coube no vasilhame e que Tallyson mandou o frentista do posto botar no tanque do carro.

Com a história contada por Zé Maria, as buscas se intensificaram na região. Na casa da vítima, outros familiares pressionaram Tallyson para ele dizer onde estava a menina.

Diante dos novos fatos, Polícia Militar localizou Tallyson no carro de Hudson Holanda e o conduziu a Delegacia Regional para explicar as suspeitas. Em depoimento ao delegado Paulo Cesário, Tallyson negou ter sumido com a menina, mas entrou em contradição.

Em sua primeira versão, contou que não teria como saber da menina "Molequinha" porque estava namorando o secretário de Cultura Hudson Holanda. O delegado Paulo Cesário mandou policial checar a informação e Hudson Holanda não confirmou a conversa.

Neste momento, havia inúmeras pessoas em frente à Delegacia Regional. O veículo possivelmente usado por Tallyson para cometer o crime já estava recolhido. “Eu vi que tinha manchas de sangue no capô do carro do lado do passageiro”, conta Ruth Maria Félix.

Após prestar depoimento contraditório, Tallyson saiu de Patu e foi encontrado morto em Mossoró-RN, no final da tarde de terça-feira.

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“Na terça-feira, dia 18, a gente tinha 95% de certeza que ela estava morta e queimada, mas não sabia onde”, conta o vizinho ao MH. Nesta quarta-feira (19), a polícia, a família, amigos e vizinhos formaram grupos e saíram em busca do corpo da menina Emilly Félix na região de mato na direção da cidade de Caraúbas, que Tallyson não queria, mas que teria sido o destino que Zé Maria havia visto ele seguindo após comprar gasolina.

O próprio Zé Maria conseguiu encontrar o corpo. Ele conta que dividiu grupos de quatro e se espalharam no mato. “Eu vi um urubu baixar rápido, seguir para o local e encontrei o corpo. Daí eu gritei aos demais e liguei para o capitão”, contou José Maria.

Os peritos do ITEP removeram os restos mortais para exames mais apurados na sede do órgão, em Pau dos Ferros-RN, por volta das 14h. Horas depois, o corpo já foi liberado para sepultamento. O trabalho pericial foi acompanhado pela Polícia Civil e centenas de curiosos.

Comoção e revolta

No início da noite, uma multidão recebeu corpo de 'Molequinha' na entrada de Patu e saiu em caminhada pela avenida principal até o Cemitério Público, com depoimentos fortes, acusando as autoridades de não ter feito nada para prender o assassino e quem o ajudou a praticar o crime. Queixaram-se que o descaso das autoridades é porque são de família humilde e negros.

Os familiares e amigos acreditam que o secretário de Cultura de Patu, Hudson Holanda, está envolvido com o principal acusado de matar e queimar a menina Emilly. Procurado para falar a respeito, Hudson não foi encontrado. O prefeito Rivelino Câmara, de Patu, disse ao MOSSORÓ HOJE, por telefone, que a exoneração de Hudson Holanda será publicada nesta quinta-feira.

O delegado regional Paulo Cesário disse que aguarda a chegada de algumas perícias do ITEP e também pretende ouvir outros depoimentos para concluir o inquérito. O bacharel disse que não pode adiantar o relatório final das investigações, mas acrescentou que existem fortes indícios do envolvimento direto de Tallyson com a morte da menina Emilly.


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