Estrutura integrante do Projeto de Integração do Rio São Francisco (Pisf), o Ramal do Apodi, no Rio Grande do Norte, será concluído em 2025. O anúncio foi feito, nesta sexta-feira (1º), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante visita a estrutura de transposição em Luiz Gomes, no Alto Oeste do Rio Grande do Norte, na companhia da governadora Fátima Bezerra.
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Os ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e da Casa Civil, Rui Costa, também estavam na companhia do presidente Lula, em sua primeira visita às obras da transposição em seu terceiro mandato. Na região, deputados estaduais, federais, prefeitos e autoridades locais recepcionaram o prefeito no canteiro de obras da transposição.
“Desde a época do Império que se pensa nas riquezas do rio São Francisco. Mas foi só em 2007, no meu segundo governo, que começamos esta obra. Voltar aqui, anos depois, é muita felicidade. Vamos levar água a mais municípios do Nordeste”, comemorou o presidente Lula, após ouvir os depoimentos dos prefeitos, ministros e a governadora Fátima Bezerra.
Evento foi transmitido pelo Canal do Governo Federal ao vivo.
O ministro Waldez Góes destacou que o Projeto São Francisco voltou a ter, neste ano, os recursos necessários do Orçamento da União para garantir a conclusão de suas obras. Segundo ele, o compromisso do Governo é levar água aonde for possível e para quem mais precisa. Já o ministro Rui Costa destacou que a Presidência está à disposição do povo nordestino.
“Os dois governos Lula [de 2003 a 2010) e o de Dilma [Rousseff] foram responsáveis por investir em torno de 90% das obras (88% do total). A transposição de São Francisco é um legado do presidente”, afirmou o ministro, durante a solenidade realizada no canteiro de obras na zona rural do município de Luiz Gomes, no RN.
Quando finalizado, o Pisf vai garantir água a famílias, produção agropecuária e negócios em 390 municípios do Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Ao todo, os mais de 600 quilômetros de canais, túneis, estações e bombeamento, barragens e barramentos vão proporcionar água para 12 milhões de brasileiros nestes quatro estados.
A transposição das águas do Rio São Francisco traz esperança, em especial no Alto Sertão da Paraíba e Alto Oeste do Rio Grande do Norte, que ainda não haviam sido beneficiados com investimentos que possibilite a convivência da população destas duas regiões durante as grandes secas, como este período de 2011 a 2019, que secou os açudes da região.
O Alto Oeste Potiguar e também Sertão da Paraíba, enviavam centenas de caminhões pipas buscar água potável para beber no município de Apodi. Este sofrimento teve uma amenizada com as chuvas deste ano, que encheu os açudes e médio e pequeno porte, como é o caso da Barragem de Pau dos Ferros, que armazena até 56 milhões de metros cúbicos de água.
Durante o evento, o presidente e o ministro Waldez Góes recriaram o Comitê Gestor do Projeto de Integração do Rio São Francisco. O órgão será responsável pela gestão da transposição e fará o acompanhamento dos contratos de prestação de serviços que serão assinados pelos estados beneficiados. Vai gerenciar o uso e o custeio deste benefício.
O Ramal do Apodi é uma das obras previstas no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no eixo Água para Todos. Estão previstos mais de R$ 31 bilhões em investimentos em projetos de segurança hídrica, mais de 90% desse total destinados à Região Nordeste – o MIDR é responsável por pouco mais da metade desses recursos, R$ 16,5 bilhões. "É a maior demonstração do compromisso de, definitivamente, atuar na solução hídrica para todo o povo brasileiro”, ressaltou o ministro.
Segundo Waldez Góes, ao tomar posse, em janeiro deste ano, o Governo Federal encontrou uma situação crítica de falta de dinheiro no Orçamento para o projeto. “A maioria das obras estava com previsão quase nenhuma de recurso para este ano. Mas o presidente tomou as providências para mudar essa realidade e concluir as obras necessárias, não só aqui no Rio Grande do Norte, mas também no restante do Nordeste e do País”, disse.
O ministro informou que os investimentos federais também vão contemplar, além das grandes obras hídricas, a instalação de pequenos sistemas de abastecimento de água para atender comunidades rurais e quilombolas, aldeias indígenas e áreas extrativistas, entre outros. Haverá, ainda, ações de revitalização de bacias hidrográficas (rios, córregos) para que o Brasil tenha água em quantidade e qualidade nos próximos anos.
“O presidente Lula assumiu o compromisso de garantir água para o consumo humano, de combater a pobreza, de tirar mais uma vez o Brasil do mapa da fome e de garantir responsabilidade ambiental e de defender a democracia para nunca mais permitir que ela seja ameaçada”, ressaltou Góes.
O Ramal do Apodi teve sua obra iniciada há dois anos, num contrato que foi firmado no governo Bolsonaro por quase R$ 1 bilhão, a assinatura da ordem de serviço para construção do Ramal do Apodi foi no dia 24 de junho de 2021. Hoje, 27% de sua execução já foi concluída. A previsão é que a obra se estenda por 52 meses e a visita desta sexta-feira marca justamente a metade do tempo estimado para sua conclusão. No Rio Grande do Norte, o ramal receberá o túnel Major Sales, com 6,3 quilômetros de extensão, ligando o estado à Paraíba.
“Essa água vai matar a sede da população e trará desenvolvimento para as regiões, como na irrigação, na pesca e na produção de alimentos”, afirmou a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra.
“O presidente Lula e eu somos de uma geração de sobreviventes da seca, que não matava só gado, matava gente, de sede e fome. E agora tenho orgulho de garantir para vocês que o Rio Grande do Norte vai concluir a transposição e teremos 100% de segurança hídrica no estado” completou.
Também participaram do evento desta sexta-feira a primeira-dama Janja Lula da Silva, os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, além de parlamentares, prefeitos e outras autoridades.