Energias renováveis, capacitação profissional e inovação tecnológica foram os principais temas debatidos na tarde da última segunda-feira (14), durante a terceira edição do Fórum Estadual de Energia do RN.
Autoridades e especialistas estiveram reunidos no auditório da Assembleia Legislativa do Estado para apresentar ao público um panorama atualizado do setor energético e as perspectivas para qualificação de mão de obra e mercado.
Mediado pelo diretor presidente do CERNE e presidente do SEERN, Jean-Paul Prates, o debate tratou da consolidação e dos avanços necessários ao segmento para que o RN mantenha a liderança nacional.
O diretor técnico da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Sandro Yamamoto, destacou a grande competitividade da fonte no Brasil.
“A indústria dos ventos movimenta anualmente em torno de R$ 12 a R$ 18 bilhões de reais e projeta, até 2019, um crescimento de 250%, com a geração de 200 mil novos postos de trabalho”, disse Yamamoto, ressaltando ainda, que a participação da fonte eólica na matriz elétrica brasileira, que hoje corresponde a 5%, deve dobrar nos próximos cinco anos.
A infraestrutura de transmissão de energia foi o tema abordado pelo Gerente Executivo do Operador Nacional do Sistema (ONS), Saulo Cisneiros. Ele relatou as dificuldades enfrentadas pela falta de linhas de transmissão, problema vivenciado principalmente pelos parques eólicos.
Cisneiros apontou alternativas como, por exemplo, a antecipação do planejamento, com a implantação de novas linhas de transmissão em áreas de alto potencial de instalação de parques eólicos, além da simplificação do processo de licenciamento ambiental.
O vice-presidente do Sistema FIERN, Sergio Azevedo, falou sobre os desafios da construção, operação e manutenção de parque eólicos no Rio Grande do Norte e destacou medidas sócio ambientais como principais benefícios para a expansão do setor e o desenvolvimento econômico das comunidades que margeiam os empreendimentos.
Atualmente, o RN é líder no número de aerogeradores com 1.257 turbinas eólicas em funcionamento, sendo a maior parte, 371 (29,5%), da fabricante GE. O Estado conta com 87 parques eólicos em operação e tem 81,6% da matriz elétrica potiguar formada por energia eólica, sendo esta a maior participação em todo o país.
No encerramento do evento, o diretor presidente do CERNE e presidente do SEERN Jean-Paul Prates enfatizou que, embora 2015 tenha sido um ano de grandes avanços para uma grande parcela formadora do setor energético, especialmente as energias renováveis, um longo caminho ainda se descortina pela frente.
Cada segmento vive situações diferenciadas. Se para o petróleo, o desafio é buscar alternativas que viabilizem a extração sustentável em poços maduros e os investimentos em novas áreas de prospecção, para as renováveis, o atraso nas linhas de transmissão e a falta de incentivos fiscais continuam a representar os principais obstáculos. Para 2016, esses devem ser os principais desafios a serem superados.
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