15 NOV 2024 | ATUALIZADO 18:22
POLÍCIA
ANNA PAULA BRITO
15/12/2023 12:48
Atualizado
15/12/2023 13:24

Vítima de injúria racial em Mossoró diz estar com medo após soltura do suspeito

A jovem Vanesca Queiroz da Silva, de 18 anos, afirmou estar com medo de represália, após o empresário Reginaldo José da Silva ter sido posto em liberdade. O homem foi preso em flagrante e autuado pelo crime de Injúria Racial, no final da noite de quarta-feira (13), após chamar a jovem, que trabalha como garçonete em um restaurante de Mossoró, de “asar de pé de pote” e de “macaca”. O crime é "imprescritível e inafiançável", motivos pelos quais ele foi conduzido à cadeia pública. No entanto, após passar por audiência de custódia, a justiça, com o aval do MPRN, lhe concedeu o direito de responder ao processo em liberdade. “O que ele fez foi revoltante, seboso, humilhante. Só tem noção quem passa por isso”, disse o advogado Gilvan Lira, que está prestando assistência à jovem.
Vítima de injúria racial em Mossoró diz estar com medo após soltura do suspeito. A jovem Vanesca Queiroz da Silva, de 18 anos, afirmou estar com medo de represália, após o empresário Reginaldo José da Silva ter sido posto em liberdade. O homem foi preso em flagrante e autuado pelo crime de Injúria Racial, no final da noite de quarta-feira (13), após chamar a jovem, que trabalha como garçonete em um restaurante de Mossoró, de “asar de pé de pote” e de “macaca”. O crime é "imprescritível e inafiançável", motivos pelos quais ele foi conduzido à cadeia pública. No entanto, após passar por audiência de custódia, a justiça, com o aval do MPRN, lhe concedeu o direito de responder ao processo em liberdade. “O que ele fez foi revoltante, seboso, humilhante. Só tem noção quem passa por isso”, disse o advogado Gilvan Lira, que está prestando assistência à jovem.
FOTO: REPRODUÇÃO

O empresário Reginaldo José da Silva foi preso em flagrante, na quarta-feira (13), pelo cometimento do crime de injúria racial contra Vanesca Queiroz da Silva, de 18 anos, já está em liberdade.

A prisão aconteceu após o homem chamar a vítima, que trabalha como garçonete em um restaurante, localizado no bairro Nova Betânia, em Mossoró, de “asar de pé de pote” e de “macaca”.

Por meio do advogado Gilvan Lira, que está prestando assistência à jovem, ela disse que está se sentindo insegura, após saber que o seu agressor já está em liberdade.

O caso aconteceu na noite da quarta-feira (13), por volta das 22h. De acordo com a vítima e testemunhas que presenciaram o crime, o homem também disse que não a respeitava como garçonete e que queria “cuspir nela”.

Em depoimento na delegacia de plantão, para onde foi conduzido, o suspeito negou ter chamado a vítima de “macaca”, mas confirmou o segundo xingamento, afirmando que ela teria o atendido mal.

O homem chegou a insinuar que teria cometido o crime por estar alcoolizado e que a bebida que ele tomou no estabelecimento, três doses de whiskey, segundo ele mesmo, poderia ter “alguma coisa”.

As testemunhas relataram que Reginaldo já chegou ao local, por volta das 21h, solicitando por uma mesa específica e afirmou que não queria ser atendido pela vítima, mas sim pelo gerente do estabelecimento. Cerca de uma horas depois, procurou a jovem e proferiu as ofensas.

A vítima contou ao delegado que, inicialmente, não queria ir à delegacia, por medo de perder o emprego, mas foi encorajada a denunciar, por duas clientes que presenciaram o fato.

Desde o início deste ano, apesar de ter tipificação diferente, o crime de injúria racial passou a ser considerado um crime de racismo, tendo o mesmo tratamento perante a lei.

O crime é "imprescritível e inafiançável", motivos pelos quais Reginaldo foi conduzido à cadeia pública. No entanto, após passar por audiência de custódia, a justiça, com o aval do Ministério Público, lhe concedeu o direito de responder ao processo em liberdade, devendo apenas cumprir algumas medidas cautelares.

A decisão abalou ainda mais a vítima, que agora teme que possa haver represália contra ela. “O que ele [Reginaldo] fez foi revoltante, seboso, humilhante. Só tem noção quem passa por isso”, disse o advogado Gilvan Lira.


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