O novo salário mínimo que deve entrar em vigor a partir desta sexta-feira (01), deverá ser de R$880. O decreto com o valor será assinado nesta terça (29) pela presidente Dilma Rousseff, segundo informou o ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto. Trabalhadores ouvidos pelo MOSSORÓ HOJE não avaliam o reajuste como positivo.
Para estudante Maria Emília, de 30 anos, que atualmente está recebendo o seguro desemprego, o aumento não é positivo.
“Tudo está com aumento desde antes de janeiro e depois irão justificar mais uma alta de preços por conta do salário”, afirma Emília, que há cinco meses trabalhava em uma empresa de Call Center em Mossoró.
A opinião de Emília é a mesma do funcionário público Lelimar Nunes. Segundo ele, o aumento do salário mínimo para R$880 não é positivo diante da inflação vivida pelo brasileiro.
"O salário no Brasil nunca vai ser o suficientemente enquanto a inflação tiver em disparada, não dá para sustentar uma família de quatro pessoas apenas com um salário mínimo”.
“Você vai a um supermercado e logo se assusta com o preço da cesta básica, valor alto e volume baixo”, afirma Nunes, que trabalha na limpeza pública, e mora com uma família de quatro pessoas.
De acordo com o funcionário, “Só o leito do menino e a massa, vai quase 1/3 do meu salário, o resto a gente tem que batalhar para garantir uma qualidade de vida melhor”.
Para a agente de saúde Aurineide Costa de Melo, "o aumento é tão pouco que nem notamos". Melo relata que "eles falam em crise, mas eu acho que não existe esta crise, hotéis lotados, praias cheias. Eu acho que não haverá demissão por aumento de salário".
Aurineide afirma que não adianta aumentar o salário, e em seguida, aumentarem todos os outros serviços. "Aumenta o salário, mas as coisas sobem, assim", diz ela.
A cifra que será paga a partir do próximo ano é R$ 92 maior do que o piso pago atualmente, de R$ 788, e está acima das previsões iniciais do Palácio do Planalto. Até poucos dias atrás, o governo trabalhava com um valor de R$ 871.
O aumento no mínimo tem forte impacto na economia, uma vez que mais de 40 milhões de trabalhadores recebem o piso nacional.
No final de agosto, o governo havia proposto ao Congresso elevar o salário para R$ 865,50. A iniciativa foi feita por meio de projeto de orçamento da União do próximo ano.
Em novembro, o governo avaliou a possibilidade de adiar o reajuste do mínimo de janeiro para maio. A proposta, que contaria com o apoio do então ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para reduzir os gastos do governo, não foi adiante.
A fórmula de valorização do mínimo está em vigor desde 2008. A correção é definida pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), indicador de inflação calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somada ao aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos atrás.